TRENSLETTER #18 - de 30 de novembro a 6 de dezembro
Foi assunto no Bluesky
Bom dia, boa tarde, boa noite! Edição fresquinha da Trensletter, o seu periódico semanal para relembrar, saber ou entender os assuntos que tomaram conta da praça da nossa Vila Céu Azul!
Nos deixem viver!
Na semana passada, casos de feminicídio tomaram conta das notícias. As estatísticas revelam aumento na violência de gênero. Segundo a ONU, todos os dias, 137 mulheres e meninas são mortas por homens. Não é à toa que preferimos dar de cara com um urso em uma floresta. A skyline também trouxe dados:

Parece escárnio, né? O Observatório das Mulheres contra a Violência no Senado apontou em um estudo realizado entre 2020 e 2024 que foram registrados anualmente entre 1.355 e 1.459 feminicídios, o que corresponde a cerca de quatro mulheres assassinadas por dia apenas por serem mulheres. A sensação é de abandono.
Queremos não estar sozinhas na luta contra a violência que sofremos. Homens reconhecem existir homens violentos, mas raramente encaram a violência de suas ações, a conta nunca fecha. É sempre bom ver homens reconhecendo o problema, principalmente aqueles que detém o poder, para que possibilidades de mudança realmente aconteçam:


Ontem (domingo), mulheres se mobilizaram para ir às ruas em protesto em várias cidades do país e ainda acontecerá atos em outras cidades nesta semana:

Esses atos não são, nem podem ser exclusivamente feitos por mulheres e somente com participação de mulheres. Queremos homens protestando contra essa violência. Queremos que homens parem de nos matar.
Notícias mencionadas:
- https://iclnoticias.com.br/min-justica-orcamento-plano-contra-feminicidio/
Representatividade artificial
A Inteligência Artificial (IA) foi uma promessa que a cada dia mais parece que é uma cilada. Não se pode confiar em suas respostas e, quase todo dia, aparece mais um caso absurdo onde o uso de IA teve consequências até de morte. Na semana passada, constatou-se que a representatividade de minorias na mídia é mais uma vítima da IA.




Link mencionado:
Juiz não é herói
É sempre bom cutucar a memória. Lembrar de que já assistimos a Operação Lava-jato, na qual um juiz quase foi alçado a herói, mesmo demonstrando não compreender muito bem a teoria das provas. Deu no que deu.
Também passamos por episódios recentes em que a nossa pueril demogracinha quase entrou em colapso e, novamente, busca-se um “salvador da pátria”, um herói de toga, o que é um erro tão crasso quanto achar que esquerda e direita “são tudo farinha do mesmo saco”.
Juízes, quando conseguem fazer valer a lei, o direito e as “quatro linhas da Constituição” não são heróis, mas apenas operadores do Direito que cumpriram exatamente com o que se espera, o chamado “múnus público”. Deixando tantas aspas de lado, vamos demonstrar com posts trazidos da skyline da semana passada o porquê de não existir heroísmo no Judiciário:

Solange Salgado, desembargadora, já foi presidente da Ajufer, uma associação dos juízes federais do TRF1, e nesse cargo foi acusada de crime de fraude.
Senta que lá vem a história: Em 2011, 40 juízes federais solicitaram abertura de investigação disciplinar ao TRF-1, afirmando que seus nomes teriam sido usados “de forma irresponsável, temerária e fraudulenta”. O então corregedor, desembargador Cândido Ribeiro, instaurou processo administrativo e registrou que os ex-presidentes da entidade — incluindo Solange — haviam assinado contratos classificados como fraudulentos, pois uma auditoria interna teria identificado a contratação de 45 empréstimos simulados junto à Fundação Habitacional do Exército (FHE/Poupex), totalizando cerca de R$ 6 milhões e, segundo relatório da FHE, as operações causaram prejuízo superior a R$ 20 milhões. E tem mais:

Na notícia é confirmado que “A juíza federal é representada pelo advogado Pierpaolo Cruz Bottini, do Bottini & Tamasauskas Advogados”.

E a gente só tá falando isso tudo por causa disso aqui:

Valeu, Mini Churros Alexandre de Moraes, Vossa Excelência realmente serviu nesse 2025 que já vai indo, mas não custa dizer e ter em mente:

Notícias mencionadas:
https://www.conjur.com.br/2012-nov-04/trf-rejeita-denuncia-juiza-federal-fraude-emprestimos/
https://www-ft-com.ezp-prod1.hul.harvard.edu/content/420f54c4-404c-475e-982e-ab1a2293aef8
Datacenter no Ceará
Ainda nos lembramos das nossas aulas de Geografia? De qual clima é frequente na região Nordeste do país? E de todas as notícias sobre seca e a escassez hídrica por lá? Pois parece que esses assuntos não foram tendência no Tik Tok, a rede social que quer um datacenter no Ceará, muito menos preocupam o governo do Estado, espia:




Também rolou uma dúvida na skyline: por que a água do mar não é utilizada no resfriamento de datacenters? A resposta mais simples e mais óbvia é o fato de ser salgada, portanto, tem alto poder corrosivo e rapidamente deteriora tubulações, trocadores de calor e componentes metálicos essenciais, tornando o sistema caro, instável e de difícil manutenção.
Além disso, a água do mar contém organismos e sedimentos que provocam bioincrustação e obstruções (formam corais, saca?), e isso exigiria um tratamento químico intenso e com filtragem complexa, aumentando o risco operacional e gerando impactos ambientais também, especialmente pelo potencial de alteração térmica no ecossistema marinho, caso a água seja devolvida em temperatura mais alta. Em resumo: sal é corrosivo e há risco ambiental.
Agora, voltando ao assunto, um datacenter instalado em regiões áridas e com escassez hídrica também tem impacto significativo. Trata-se de consumo de grandes volumes de água, competindo diretamente com as necessidades da população, da agricultura e de outros setores essenciais. Também há o desafio adicional das altas temperaturas, que reduzem a eficiência térmica e ampliam o consumo de energia, criando um ciclo de maior demanda energética e maior geração de calor que pode influenciar o microclima local.
Em resumo:

Notícia citada:
Dica de leitura
Sim, estamos cansadas e já achando chato ter o assunto Solucinho sempre rondando a nossa trensletter, mas pelo menos dessa vez (e por incrível que possa parecer) o energúmeno condenado e preso trouxe uma pauta literária! Saca só:

E claro que a skyline viralizou esse assunto!


Tem um detalhe: tem tempo para ler o livro escolhido (21 dias), tem que fazer resumo da leitura para comprovar que leu, em um prazo de 10 (dez) dias e, além disso, há limite de leitura: 11 livros por ano, o que equivale a 44 dias de remição de pena por ano. Se já era difícil esperar de Solucinho o bom exemplo do prazer de ler, que dirá com tanta regra, ainda mais de um serumaninho que sempre teve orgulho de não ler!

Notícia citada:
Lista completa dos livros:
Solucinho impresso
E mais essa, já pedimos desculpas de antemão, mas o assunto foi hilário, cringe e até mesmo preocupante e não poderia passar batido:

Deram um jeito de manter a imagem do Solucinho livre, leve e solto, só precisa de cuidado quando bate uma ventania ou começa uma chuvinha…


Será? A gente sabe que diminuiu o número de apoiadores nas ruas, mas e fora delas? Nos grupos de zap, nas nossas famílias, no ambiente de trabalho… ainda tem muito gado ruminando a ideia de “mito”. A gente zoa e se preocupa porque não pode ser esquecida a quantidade de vereadores, deputados estaduais e federais, senadores, prefeitos e governadores que se elegeram por estarem apoiados nesse (vô)mito.


NetWarflixner
O chororô da Netflix com os impostos brasileiros era para ser ignorado mesmo, porque na semana passada a bonita fez o quê?! Comprou a Warner Bros pela bagatela de US$ 82,7 bilhões. Dinheiro de troco, sabe?
O monopólio tá óbvio: o mercado de streaming está aos poucos se reduzindo a Netflix x Disney. Com poucas empresas mandando em quase todas as franquias, estúdios e plataformas, será menos uma disputa criativa e mais um condomínio fechado onde só entram os mesmos de sempre. A concorrência cai, os conteúdos ficam parecendo déjà vu, afinal, quem paga a banda escolhe a música (e às vezes a playlist inteira).
Para completar a preocupação, essas gigantes passam a ter força para impor preços e regras, além de sangrar conteúdo independente… Sabe o cineminha do bairro, aquele que não existe mais? Então... no fim, é exatamente essa situação que as leis antitruste deveriam evitar: o controle nas mãos de meia dúzia que querem transformar o streaming num pacote “combo família”. A skyline falou bastante sobre essa aquisição:






Notícia mencionada:

Mais uma semana em que a criatividade dos Bskytes surpreendeu e entregou muito, confere!






Mecenas da Trensletter
Queremos agradecer as @s que nos apoiaram financeiramente e ajudaram a manter a newsletter chegando pra todo mundo toda segunda-feira. Quando se alcança 100 inscritos (muito obrigada!), a plataforma exige que se pague e, quando pedimos socorro, essas pessoas chegaram junto e ajudaram o Trem a continuar andando e registrando o que acontece no Bluesky Brasil. Obrigada!

E por hoje é isso, e foi muita coisa, né? Comenta aí embaixo o que você achou. Agora vocês também podem comentar em cada edição! 😘
°º¤ø,¸¸¸¸°º¤ø,¸¸¸¸ Ƹ̵̡Ӝ̵̨̄Ʒ
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