#111. Procurando apartamento
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Olá,
Antes de começarmos, queria pedir uma ajuda ao pessoal de Curitiba que lê a newsletter. Eu e a P. estamos procurando um novo lar nesta cidade friorenta. Dois ou três quartos, que não custe um rim para alugar, na região que contorna o Centro, lado Oeste — Alto da Rua XV, Centro Cívico, Juvevê, Cabral, Jardim Botânico etc. Se você é ou conhece um(a) proprietário(a) de apartamento vago em busca de inquilinos que pagam em dia e não dão dor de cabeça, por favor, avise-me. Prometemos uma bela recompensa.
Ah, e se você conhece uma empresa de mudanças e/ou instalador de móveis, por favor, passe o contato.
Li uma vez, numa matéria que indiquei na newsletter do Manual do Usuário, mas que não consegui achar, que uma “personal photo organizer” se orientava por um teto de até 1 mil fotos “guardáveis” por ano para uma família. (E sim, existe todo um mercado de organizadores de fotos pessoais.)
Depois de migrar minhas anotações e lembretes para arquivos txt
, em agosto peguei firme o projeto de organização das minhas fotos. Já vinha trabalhando nele havia alguns meses, sem muito compromisso ou regularidade.
Comecei com cerca de 17 mil fotos. Considerando que tenho fotos desde 2004, o volume anual fica na média do que a personal photo organizer indica, mas na prática há anos de poucas fotos (os primeiros e os últimos) e alguns no meio com muitas (quase 2 mil em 2016).
Estou na fase de passar um pente fino em todas as fotos, removendo as duplicadas, borradas ou sem muito apelo ou significado. Essa viagem tem sido uma delícia. É um diário visual, que te transporta para outros lugares e épocas de um modo potente. Fotos pessoais são muito valiosas, pois insubstituíveis. Cuide bem das suas.
(Ainda estou no Apple Fotos. Ainda. É duro admitir, mas esse aplicativo é muito redondo para perfis como o meu, que se importam com fotos, com a organização delas, mas não num nível profissional. De qualquer forma, quero exportá-las depois de finalizar esse trabalho. Para onde, não sei.)
Acessar o Twitter por listas e em aplicativos alternativo é, para mim, a única maneira psicologicamente saudável de acessar o Twitter, mas às vezes fico por fora de assuntos virais e trending topics absolutamente dispensáveis, mas que… hahah, por onde começar? Hoje, por exemplo, soube que dia desses estavam debatendo a sério se o personagem fictício Wolverine, um mutante cujo poder é regenerar-se, poderia ter fimose. (Passei o dia rindo sozinho, toda hora que lembrava disso.)
Entendo o sufoco e a urgência para voltarmos ao “normal”, mas me frustra um pouco a afobação com a reabertura motivada pelas vacinas da Covid-19.
Tenho a sensação de que acabamos anulando os ganhos potenciais ao dar passos maiores que a perna. Com a primeira dose amplamente aplicada, podemos (devemos!) relaxar algumas restrições. Não todas, porém. Em vários locais já tem shows em ambientes fechados rolando e outros eventos preocupantes do tipo. Fica a sensação de que quem decide as regras restritivas ignora a variante delta, que acabou com a expectativa de um verão “corona-free” no hemisfério Norte, e que a maioria de nós só tomou a primeira dose da vacina. Assim seguimos, com a possibilidade de um novo surto caótico sempre à espreita.
Com a primeira dose da vacina, eu também relaxei um pouco. A mudança mais marcante foi voltar a frequentar cafés ao ar livre, com mesas espaçadas, aproveitando os raros dias ensolarados aqui. Numa dessas, rolou até uma ioga no gramado. Senti-me magro e fraco. Quem poderia imaginar que um ano e meio longe da musculação, praticamente sedentário, daria nisso?
Depois de tanto tempo, o brunch ficou até mais gostoso.
Quando me lembro, envio no começo do mês uma newsletter aos leitores do Manual com os destaques do mês. (Estou me organizando para tornar isso um hábito, e não esse tropeço que é hoje, “quando me lembro”.)
Além da utilidade óbvia, esses resumões mensais têm outra para mim: ver o todo. Às vezes parece que o ritmo mais lento do Manual resulta em uma produção pequena e, se é verdade que o volume do que publicamos em um mês equivale ao que alguns sites publicam em um dia, é sempre mais do que eu imaginava antes de começar a compilação. E só material que dá gosto de publicar.
Veja o que saiu no site em agosto.
Um bolo recém-saído do forno:
Um leitor me deu a dica de guardar o fermento aberto na geladeira para estender a validade. Aparentemente, dá certo!
Dos filmes que vi em agosto, gostei muito de São Paulo, sociedade anônima, do Luiz Sérgio Person, Saneamento básico, o filme, do Jorge Furtado, e Cinderela em Paris, do Stanley Donen.
Após The bold type, emendei Valéria, que é parecida em essência (só tem uma amiga a mais), mas se leva menos a sério e tem um roteiro melhor. (E a ambientação madrilenha é mais agradável que a Nova York de The bold type, mas isso é questão de gosto.) Tem na Netflix.
(Se você ouve o Guia Prático, o podcast semanal do Manual, deve estar com uma sensação de déjà vu neste momento. Quase tudo aí de cima indiquei no final dos programas de agosto.)
Também comecei a ver Hilda Furacão. Toda vez que passa a abertura, volto a ser pré-adolescente. Não lembro da série, não a tinha assistido, mas a voz da Nana Caymmi cantando Resposta ao vento me remete àquela época, que tinha lá seus problemas, externos e (principalmente) internos, mas que ainda preservava uma esperança quase desmedida de dias melhores. Precisamos de um pouco disso agora, em 2021.
Estou lendo o livro A arte da reportagem: Volume I, organizada por Igor Fuser, presente que recebi ano passado de um amigo virtual, desses com quem sempre troco uma ideia, mas que nunca vi pessoalmente. É maravilhoso. O livro compila grandes reportagens do final do século XIX até 1996, ano de sua publicação.
É uma viagem atrás da outra, com estilos e abordagens tão diferentes, tão instigantes, a assuntos dos mais variados, todos interessantes. Tem reportagens da II Guerra Mundial, da Guerra de Canudos, da desnutrição dos jogadores de futebol nos anos 1960, do Sul/Sudeste descobrindo o Piauí — de onde extraí esta passagem maravilhosa —, um perfil do editor de obituários do New York Times, o relato devastador de José Hamilton Ribeiro da vez em que ele perdeu uma perna na Guerra do Vietnã. E quanta gente boa: Gay Talese, Caco Barcellos (em início de carreira), Carlos Azevedo, Charles Dickens. Uns não conhecia, outros só de nome; todos incríveis.
Fiz uma rápida pesquisa e parece que não editam mais o livro. Felizmente, é possível encontrá-lo em sebos virtuais, e por preços bem em conta.
Algumas indicações — ou coisas que eu uso e que têm programas de indicações que dão benefícios a quem se cadastra e a mim:
- WineBox Do Seu Jeito: Uma assinatura de vinhos, que entrega quatro garrafas todo mês por R$ 103,94, ou R$ 25,99 por garrafa. Assinando com o meu cupom, nós dois ganhamos um vale-compras de R$ 50 cada. O cupom é RDRG325466
- Fastmail: Um serviço de e-mail australiano, alternativa ao Gmail e Outlook. Ele oferece e-mail, calendário e agenda de contatos, e até um espacinho para publicar sites estáticos (o meu pessoal está hospedado lá). Uso o plano de US$ 5/mês desde 2017, sem reclamações. Assinando por este link você ganha 10% de desconto por um ano.
- ~Livraria do Manual: Uma seleção de livros indicados e/ou citados em posts e podcasts do site. Ao comprar por esses links você não ganha nada, sinto muito, porém ajuda a financiar o Manual do Usuário sem gastar um centavo a mais.
Neste mês, foi isso.
Até a próxima!