O mito dos indecisos

O Mito dos Indecisos
Por Lucas D. M. dos Santos
E aí, tá indeciso sobre seu voto no domingo?
Claro que não né? Todos nós já decidimos nosso voto para o segundo turno faz tempo. Não sei qual a sua posição, mas eu sou intransigente na defesa da democracia e não escondo de ninguém minha oposição ao atual presidente e seu desejo autoritário.
Ainda assim aparece sempre um percentual de “indecisos” em pesquisas de intenção de voto. Esses, segundo Andrei Roman, CEO da Atlas Intel, também já decidiram, vão anular, ou tem vergonha de admitir seu voto. Aliás, por que alguém vota em algo que o causa vergonha? Eu não saberia dizer.
Ao contrário do que diz uma certa crença tão ventilada na imprensa, o estoque de indecisos a espera de um gesto dos candidatos sempre foi muito limitado. Então esquece a fábula de virar voto do uber, do vizinho ou do colega. Se isso era ilusão em julho, é ainda mais agora há poucos dias do pleito.
A gente precisa encarar um fato: Quem ainda está disposto a votar em um cara que disse ter “pintado um clima” entre ele e adolescentes de 14 anos, dificilmente vai mudar de ideia com argumentos.
Então já era, agora é chorar de nervoso, votar e roer as unhas até que a apuração seja concluída?
Não.
As intenções de voto podem até estar definidas, mas os votos só serão depositados no dia 30. E da intenção até a urna há um longo caminho.
O nível de abstenção é a grande incógnita deste segundo turno, há quem o coloque como ponto determinante. No mínimo será relevante e os candidatos sabem disso.
Bolsonaro já começou nas últimas semanas a agir para manter sua militância engajada, além de se empenhar, com a ajuda de aliados como o governador mineiro Romeu Zema, para reduzir a disponibilidade de linhas e gratuidade do transporte público, na tentativa de aumentar a abstenção de eleitores mais pobres.
Lula trabalha com apelos para que as pessoas compareçam às eleições e encorajem quem não votou no primeiro turno a votar no segundo.
E a gente faz o quê?
Um bom começo é conversar com pessoas dispostas a votar, mas pouco interessadas. Também oferecer ajuda a quem encontra dificuldades para se deslocar até as seções eleitorais, lembre-se de que oferecer carona em troca do voto é crime, mas nada te impede de se oferecer para cuidar das crianças enquanto alguém vota, ou cobrir algum outro compromisso, sem coagir a pessoa a aderir a um lado.
Avise a todos que conhecer de que gestantes, idosos, pessoas com criança de colo e pessoas com deficiência tem acesso a fila preferencial na hora de votar. E caso você more em uma cidade com passe livre, não custa nada lembrar as pessoas disso também.
E o principal, lembre-se e lembre quem você puder de que na hora de votar é só você, sua consciência e a urna. Não tem pai, mãe, marido ou patrão. A não ser que você queira, ninguém nunca saberá seu voto.
Por último, o Brasil possui 3% da população mundial e 11% das mortes por COVID19 no mundo. É nosso dever dizer nas urnas que esse descaso não pode passar em branco.
Aconteça o que acontecer, até a próxima.
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