dentesguardados #6 Insetologia
Insetologia
Embora eu viva propagando uma visão crítica dessa mutação tardia de uma internet irradiada por algoritmos, publicidade e vigilância, sou tão viciado nela quanto qualquer outra pessoa. Talvez eu consiga abrir mão do vício em um grau um pouco maior que a média, me privando de contas no Facebook e Instagram e evitando os serviços do Google ao máximo (ainda tenho uma conta no Google somente pra alugar filmes de vez em quando e há anos confio meu e-mail a um provedor pago; todavia sigo mais dependente que nunca do buscador, inclusive pra pesquisas relacionadas à escrita e à tradução), mas na maior parte do tempo me sinto escravo do Whatsapp (que infelizmente se tornou o meio de comunicação exclusivo dos meus amigos, familiares e fornecedores de trabalho) e do Twitter (que uso sobretudo pra divulgar minhas atividades e como um feed de notícias e artigos de interesse, mas que na prática se impõe, é claro, como um vórtice infinito de memes, informação distorcida por vieses, balés e duelos de vaidade e carência emocional que podem ser tão intrincados quanto banais). Existe um estado psicológico que acompanha isso, pro qual ainda se procura um nome, mas que combina uma série de sensações geradoras de ansiedade: a explosão das medidas habituais de tempo e de espaço, a urgência insaciável do consumo de informação, o canto de sereia das ideias e julgamentos parciais e extremados, a suspeita de que estamos ao mesmo tempo conectados rizomaticamente à sociedade e imunes ou distanciados das experiências reais e relações interpessoais que a constituem et cetera.
Foi, portanto, pra lá de interessante passar cinco dias sem conexão no litoral do Uruguay, no período da virada do ano (e da década), acompanhado somente pela Taís, Sara e um casal de amigos. Ou, para ser mais exato, quatro dias, pois no dia 30 de dezembro acabei acionando o roaming do celular pra enviar algumas mensagens de ano novo e dar notícias pra família. Eu tinha lidado bem com a privação de internet por cerca de 48hs, lembrando apenas ocasionalmente que gostaria de checar alguma coisa. Na manhã do dia 30, eu e Taís (que estava seguindo o mesmo jejum de internet) já tínhamos decidido que nos conectaríamos por algumas horas, e a expectativa era a de me sujeitar a uma enxurrada jubilosa de mensagens pessoais e "conteúdo", tudo que tinha acontecido longe dali nos últimos dois dias, tudo que eu não estava sabendo, todos os plugues emocionais que se encaixariam com um clique satisfatório nas minhas entradas de desejos, vaidades e ambições. No entanto, após um momento inicial de envio e respostas a mensagens, dei uma rápida espiada no Twitter e na Folha e fui assolado por uma sensação bem ruim, como se ao saciar minha dependência de internet eu estivesse na realidade me envenenando. Era um sentimento de repulsa mesmo, só que não por mim mesmo, como acontece em certos dias, quando me deixo absorver pela internet e de repente me vejo ansioso e vazio após horas de procrastinação. Os dois dias de jejum tiveram o efeito de transformar o ódio por mim mesmo em um ódio direcionado à experiência que era a fonte da insatisfação. Era um ódio bem mais objetivo e comedido, um ódio sereno, que talvez nem merecesse o nome. De todo modo, acabamos desligando o roaming antes do combinado, depois de compartilharmos essa experiência mútua. Nos três dias seguintes, me mantive afastado das conexões com plena tranquilidade, contente com o ajuste que isso estava proporcionando à minha percepção e introspecção, e só fui conferir meu celular de novo quando já estávamos em Rio Grande, em uma pausa no meio da viagem de retorno a Porto Alegre.
O que se faz quando se está sem internet? No caso de quem tem uma filha de dois anos que desperta sempre às cinco da manhã e está isolado numa casa no meio de um bosque nativo dentro de uma reserva litorânea em outro país, isso implica, em primeiro lugar, em olhar com mais calma para essa filha, se despir aos poucos daquela suspeita diabólica de que há algo mais urgente ou sedutor exigindo minha atenção imediata em outro lugar. Não vou inventar que a ausência de internet me fez esquecer do resto do mundo e tirou todo o cansaço do processo de dar atenção constante a uma criança pequena. Façamos o possível pra não edulcorar as conclusões aqui. Mas o cansaço muda um pouco de sabor. É um cansaço mais focado, que penetra mais fundo na experiência que o provoca. Sem um celular conectado à internet dentro do bolso, a visita das 6h30 da manhã a um cocô de vaca na estradinha de areia, o lento consumo de kiwi picado e as fantásticas narrativas domésticas envolvendo uma fazendinha de Lego e um boneco de pelúcia do Mario usando cat suit deixam de ser aquilo que em alguma medida nos impede de atender a outras demandas e se tornam somente o que são: experiências de convívio que podem ser alongadas e repetitivas, às vezes quase enlouquecedoras em sua ausência de sentido prático, mas plenamente coerentes à sua maneira e salpicadas de deslumbres e comoções. Quando criança, eu dava aos cocôs de vaca a mesma atenção que minha filha lhes dedicava agora. É sensacional, aos quarenta anos e no raiar dos anos 2020, descobrir que, nas condições favoráveis, ainda tenho essa habilidade. O cocô pulsava ao sol, um creme de espinafre adquirindo uma crosta vulcânica e depois uma textura mais seca e vegetal com o passar dos dias, talvez contendo ainda um pouco de matéria úmida em seu núcleo, vai saber. Numa das visitas, um enxame de mosquinhas minúsculas formava uma espécie de penugem na superfície cascuda do excremento.
Quando se está sem internet, se observa insetos. Caso eles existam. Na região central de Porto Alegre, você pode observar formigas, moscas, mosquitos, baratas, com sorte uma abelha. Você pode ouvir cigarras no verão. Com sorte. Nessa casa no Uruguai, topamos com uma variedade estonteante de insetos. Insetos que mimetizavam folhas e possuíam longas caudas de aparência fúngica. Insetos com carapaças furta-cor. Besouros, mariposas, cigarras, libélulas e vespas com formas e cores muito variadas. Alguns davam medo, outros não. Alguns tinham medo, outros não. Sara viu seu primeiro tatu-bola. Não pareceu tão interessada quanto eu próprio, que lembrei de longos períodos -- minutos? horas? -- passados perto do chão, catando e libertando os tatuzinhos, esperando que abrissem por vontade própria ou abrindo-os à força, analisando com total foco e interesse o conjunto de patinhas hipnoticamente simétricas, rolando-os por cima de diferentes superfícies e traçados, provavelmente matando-os de vez em quando (não lembro mas certamente acontecia), mas às vezes apenas observando seu comportamento a uma distância respeitosa, com a paciência pura de quem ainda podia se contentar com uma coisa de cada vez.
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A descrição dessa newsletter inclui "bastidores do picadeiro da escrita". Não pude entregar muita coisa disso até agora, inclusive porque, como foi compartilhado na primeira edição, não ando escrevendo quase nada. Começo 2020 mudando um pouco isso. Estou na metade de um conto longo que deve integrar um livro de contos que reunirá, provavelmente, quatro contos longos e talvez alguns outros mais curtos. Meu plano é terminar isso até o fim do ano. Alguns personagens do "Meia-noite e vinte", tanto principais quanto marginais ou mesmo insignificantes, devem reaparecer em outros contextos e tempos. Alguns contos serão situados no passado recentíssimo, outros no futuro próximo. Pelo menos dois terão contornos especulativos, ou seja, um pé na ficção científica. Quase tudo isso está somente dentro da minha cabeça, mas tenho um contrato assinado e uma empolgação criativa que não encontrava desde a publicação do último. Me desejem sorte e vou dando notícias pelo caminho.
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Alguns leitores aqui e seguidores no Twitter e Tumblr me perguntaram se eu publicaria listas de melhores da década. A princípio não queria. Depois decidi que ia fazer e escrevi uma lista dos dez melhores livros, filmes, álbuns e games. Assim que completei a lista, senti um desejo enorme de não publicá-la e não publiquei. Em parte não me sinto apto a selecionar melhores da década ou mesmo do ano, porque não sou crítico e meu consumo de obras artísticas é errático e insuficiente demais para "mapear" a produção de determinados períodos (no caso dos games, por exemplo, joguei só coisas do PS4 e Nintendo, e um par de jogos de PC). Além disso, a injustiça intrínseca dessas listas nunca me incomoda quando desfruto das oferecidas pelos outros, mas me atinge em cheio na hora de oferecer as minhas. Mas decidi, finalmente, compartilhar aqui a lista que montei umas três semanas atrás. Se encarada somente como uma maneira oportunista de indicar algumas coisas que foram impactantes pra mim ao longo da década passada, sem nenhuma pretensão de suficiência geral ou particular, acho que pode ser proveitoso. A lista contém somente obras produzidas e apreciadas de 2010 a 2019, em ordem cronológica. Pra cada coisa que está aí, outras dez podiam ter entrado. Mas chega, vou colar.
Dez filmes na década que passou
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Cópia fiel, Abbas Kiarostami, 2010 — role-playing game existencial que serpenteia com delicadeza até desconstruir qualquer certeza narrativa. Infinitamente assistível, resiste em ser decifrado todas as vezes.
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Beleza adormecida, 2011, Julia Leigh — ao mesmo tempo alegoria de libertação e exercício estético erotizando a passividade e o abuso. Excitante e repulsivo como Paul Verhoeven, só que moroso e analítico, quase em câmera lenta. Totalmente singular.
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Melancolia, 2011, Lars von Trier — o fim do mundo surpreende a família burguesa e somente a noiva deprimida consegue balizar o caos e exercer a solidariedade nos momentos derradeiros.
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O lobo de Wall Street (The wolf of Wall Street), 2013, Martin Scorsese — esmiuçando o modus operandi e debochando da elite financeira criminosa, Scorsese fez seu melhor da década. E é um dos filmes mais engraçados de todos os tempos.
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Ventos de agosto, 2014, Gabriel Mascaro — uma caveira, um cadáver, corpos e mentes se esfregando numa ilha remota em que o primitivo e o urbano se entrechocam. Continua crescendo na minha lembrança desde que vi.
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Mad Max: Estrada da Fúria, 2015, George Miller — o espetáculo cinematográfico perfeito. Está em todas as listas, com absoluto mérito.
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Fé corrompida, 2017, Paul Schrader — esperava muita coisa desse filme, mas não que fosse comentário teológico/metafísico à calamidade ecológica que estamos causando.
- Confronto no pavilhão 99, S. Craig Zahler, 2017 — ultraviolência arrastada e pesada, politicamente azeda, maneirista com convicção. Fazer o quê, eu gosto.
- Assunto de família, 2018, Hirokazu Kore-eda — Cada momento desse filme é encharcado de tristeza, felicidade, delicadeza, indignação política. Seu único plot-twist vale mais que todos em Parasita. Uma obra-prima.
- Sem rastros, 2018, Debra Granik — um filme recente que nunca pensaria em incluir numa lista da década, até que comecei a pensar na lista. Para onde vai, hoje, quem por uma razão ou outra não consegue viver no sistema urbano, estatizado e capitalista? Pai e filha procuram seu lugar, encontram boas intenções equivocadas pelo caminho, se aproximam e afastam um do outro, do mundo, numa jornada profundamente tocante.
Dez discos na década que passou
- Have one on me, Joanna Newsom, 2010 — um álbum triplo que não deixa a perfeição lírica e musical cair nem por uma faixa.
- A Winged Victory for the Sullen, A Winged Victory for the Sullen, 2011 — um dos discos que mais ouvi trabalhando nos últimos dez anos. Respiração melódica.
- The Magic Bridge, Richard Dawson, 2012 — bardo bizarro do folk inglês. Recentemente incorporou pop e rock com resultado maravilhoso, mas esse disco do começo é de uma atmosfera e beleza insuperáveis.
- Sines, Jakob, 2014 — trio neozelandês pouco conhecido de pós-rock, mas que dá de relho em qualquer outra banda do gênero que apareceu na década.
- Four Phantoms, Bell Witch, 2015 — doom metal monumental com apenas baixo, bateria e vocais. Escutei pela primeira vez nos fones, caminhando numa praia ventosa, e nunca mais fui o mesmo.
- Eternally Even, Jim James, 2016 — baita disco de rock meio psicodélico do ex-vocalista do My Morning Jacket.
- Masterpiece, Big Thief, 2016 — Embora tenham lançado dois discos perfeitos de folk-rock em 2019, tenho esse primeiro álbum mais rockeiro deles no coração.
- You Take Nothing, Ragana, 2017 — black metal seco e apocalíptico feito por duas fãs de Cormac MacCarthy.
- Double negative, Low, 2018 — Uma das bandas mais importantes da minha vida, lançou esse álbum fragmentado, lúgubre e pós-processado que é um dos melhores da carreira.
- Shepherd in a Sheepskin Vest, Bill Calahan, 2019 — Um dos poucos compositores folk geniais o bastante pra ainda obterem licença de cantar a experiência franca do homem hétero alcança novas alturas ao abordar a paternidade e a vida bucólica em família.
- Ghosteen, Nick Cave and the Bad Seeds, 2019 — Nick Cave passou a década inteira sendo genial, mas esse disco nos estertores de 2019 é colossal até pros padrões dele.
Dez livros na década que passou
- Habitante irreal, Paulo Scott (2011, Alfaguara) — poderia ser o Marrom e amarelo aqui, mas acho que o livro do Scott que realmente afetou a década passada foi esse. A sociedade e a política brasileiras vistas pelo prisma do índio discriminado e do jovem de esquerda fracassando em conciliar suas convicções e atitudes, tudo com as frases fractais e diálogos peculiares que são marcas de um estilo único.
- Countdown, Alan Weisman (2013, Back Bay Books) — grande reportagem sobre superpopulação, o tabu do debate econômico e ecológico. Ilumina, entre outras coisas, a ligação medular das pautas feministas com os projetos de decrescimento e sustentabilidade.
- Dept. of Speculation, Jenny Offil (2014, Knopf) — gigantesco romance curto sobre maternidade, vida criativa, casamento e, bem, a condição humana.
- Pssica, Edyr Augusto Proença (2015, Boitempo) — a encarnação mais sucinta e perfeita do clichê “narrativa vertiginosa”, um trem descarrilhado de assombro e violência no norte profundo do país.
- The Mushroom at the End of the World: On the Possibility of Life in Capitalist Ruins, Anna Lowenhaupt Tsing (2015, Princeton University Press) — investigação antropológica e filosófica sobre cogumelos, a vida nas margens e a necessidade de aprendermos a viver entre os escombros do capitalismo.
- Vozes de Tchernóbil, Svetlana Aleksiévitch (2016, Companhia das Letras) — mosaico de vidas que desenham o horror do desastre nuclear. A incognoscibilidade da radiação se transforma em carne, narrativas de vida, paisagem.
- Borne, Jeff Vandermeer (2017, 4th Estate) — engenharia genética, biologia fantástica, corporações misteriosas e apocalipse na imaginação do mestre da weird fiction.
- Noite dentro da noite, Joca Reiners Terron (2017, Companhia das Letras) — Joca entrelaça épico familiar, nazismo, índios e criptozoologia num prodígio de imaginação narrado em segunda pessoa indireta (ou algo assim). A narrativa fantástica desenha aos poucos um panorama complexo da história brasileira e das variadas violências humanas e não humanas.
- O romance luminoso, Mario Levrero (2018, Companhia das Letras) — diário sobre não conseguir escrever revela de maneira gloriosa a matéria de que é feita a grande literatura. Igualmente poderoso enquanto metaliteratura e estudo da alma humana.
- New Dark Age, James Bridle (2018, Verso; 2019, Todavia) — reportagens perturbadoras sobre as ameaças e implicações invisíveis da tecnologia em nosso tempo.
Dez games na década que passou
- Super Mario Galaxy 2, 2010, Wii — desfruto desse jogo exclusivamente na companhia de André Conti quando estou em sua casa, e estamos já há muitos anos tentando catar as últimas estrelas IMPOSSÍVEIS.
- Ni No Kuni: Wrath of the White Witch, 2013, PS3 — Um “japanese RPG” animado pelo Studio Ghibli. História bonita, personagens encantadores, grinding sério.
- Kentucky Route Zero, 2013-2016, PC — o adventure de vanguarda que marcou a década com sua narrativa experimental, sufocante e onírica.
- Octodad, 2014, PS4 — a dificuldade de controle dos tentáculos do papai polvo são a metáfora de sua comovente estabanação ao desempenhar as funções paternas. Quando enredo e interatividade se casam perfeitamente, pequenos jogos independentes como esse se tornam poderosas e inesquecíveis narrativas.
- The Witcher 3: Wild Hunt, 2015, PS4 — Joguei 350 horas, é tudo que tenho a dizer.
- Assault Android Cactus, 2016, PS4 — twin stick shooter com gameplay perfeito. Prazer agencial não fica melhor que isso.
- Horizon: Zero Dawn, 2017, PS4 — mundo aberto em fascinante cenário futurista que articula tensões e mistérios entre biologia e máquinas. Um pouco encantado demais com as possibilidades da inteligência artificial pra exibir a ambiguidade desejável a uma narrativa sofisticada, mas isso é compensado pelo sistema de combate eletrizante e complexo contra os magníficos dinobots.
- Nier: Automata, 2017, PS4 — andróides demasiado humanos em um action RPG ora singelo, ora incrivelmente complexo em suas implicações filosóficas.
- Hellblade: Senua’s Sacrifice, 2017, PS4 — o desenho de som que explora a psicose da protagonista me envolveu e convenceu plenamente; mundo belíssimo inspirado na mitologia nórdica e combates simples, mas cheios de peso e pathos.
- The Legend of Zelda: Beath of the Wild, 2017, Switch — o senso de exploração infantil no meio da natureza que supostamente inspirou o primeiro Zelda no NES décadas atrás ganha sua projeção vasta e moderna nesse jogo perfeito. O prazer da exploração e descoberta destilado perfeitamente em narrativa procedimental.
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Seção de links
- https://the-syllabus.com/cyberflaneur/
- materialflows.net
- https://manualdousuario.net/economia-da-experiencia/
- https://reallifemag.com/go-with-the-flow/
- https://slate.com/culture/2019/12/fame-decade-2010s-social-media-trump.html
- https://piaui.folha.uol.com.br/materia/contagem-regressiva/
- https://reallifemag.com/go-with-the-flow/
- http://www.shaviro.com/Blog/?p=1634
- https://blog.lareviewofbooks.org/interviews/every-often-hold-breath-hope-julia-sanches-literary-translation-translators-collective-cedilla-co/
- http://www.candido.bpp.pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=1761
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ⓒ Daniel Galera
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