Em 1931, o Instituto Alemão de Padronizações lançou sua norma técnica 1451, que trazia um conjunto de desenhos e especificações para o desenho de letras baseadas em malhas quadriculadas e formas simples para sinalização rodoviária e desenhos técnicos. Não foi a primeira norma técnica do instituto sobre desenhos de letras, mas é a que mais foi estudada, utilizada e apropriada em adaptações para diversos meios de impressão. Não é difícil esbarrar numa gaveta de fontes que tenha alguma versão digital da DIN 1451.
(aliás, DIN significa Deutsches Institut für Normung)
Com os princípios de construção da DIN 1451, assim como de outras fontes com desenhos racionais (a Romain du Roi, os estudos de Felice Feliciano e Albrecht Dürer), é possível reconstruir e reproduzir essas letras com razoável facilidade. Grosso modo, estudar os diagramas dessas fontes é semelhante a estudar um programa pelo seu código-fonte.
Atualmente, vários projetos legais têm como base o código-fonte de outras fontes. A Datalegreya, por exemplo, utiliza a Alegreya Sans ht como base para uma fonte voltada para visualização de dados. A Fira Code é um fork da Fira Sans que adiciona ligaturas em caracteres de operadores lógicos e sinais de pontuação que melhoram a compreensão de algoritmos e telas de terminal. O editor de texto iA Writer (utilizado por este que vos escreve) utiliza versões modificadas da IBM Plex Mono, que têm larguras medidas em proporções relativas à fonte original.
No Brasil, as famílias UnB Office e UnB Pro baseiam-se na Liberation Sans para que toda a comunidade universitária possa produzir documentos e ooutros impressos com fontes sem problemas de licenciamento.
Existem também várias fontes com código aberto que você pode baixar e estudar os arquivos originais. Para quem quer dar os primeiros passos no type design, um pouco de engenharia reversa em fontes com licenças abertas (OFL e Apache, por exemplo) é um recurso precioso para estudo. (=
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