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Nos últimos dias, vimos que Israel e o Hamas chegaram a um acordo para acabar com a guerra na Faixa de Gaza. |
Mas como isso aconteceu? |
Existe a chance da criação de um estado palestino? |
Para entender essa situação, algumas perguntas precisam ser feitas. |
Por que o Hamas aceitou o acordo? |
Você já se perguntou por que o Hamas abriu mão de sua maior alavanca de negociação, os reféns, sem a retirada total de Israel de Gaza? |
Em um movimento que pegou muitos de surpresa, o Hamas aceitou a primeira fase do acordo de cessar-fogo, liberando reféns em troca de prisioneiros palestinos e uma pausa nos combates. |
A pergunta central que paira no ar é: por que o grupo cedeu em um ponto que se recusou a negociar por anos? |
Por que entregar a peça mais valiosa que possuíam, enfraquecendo drasticamente sua posição? |
A resposta, reside em uma combinação de sucesso militar israelense e uma pressão geopolítica sem precedentes exercida pelos próprios aliados do Hamas. |
Este não foi um ato de fraqueza, mas sim um cálculo estratégico forçado por uma nova realidade no campo de batalha e na diplomacia. |
O primeiro e mais importante fator foi o sucesso militar substancial de Israel dentro de Gaza. |
Embora a vitória não fosse total (o Hamas ainda mantinha líderes e parte da infraestrutura de túneis), o avanço implacável das tropas israelenses estava encurralando o grupo. |
O cerco e o avanço sobre Gaza colocaram o Hamas em uma situação de extrema vulnerabilidade, prestes a sofrer uma derrota militar completa. |
A estrutura de comando estava sob ameaça de eliminação, e manter os reféns nesse cenário significava apenas o risco de perdê-los sem qualquer ganho político, culminando na destruição total do grupo. |
Operações militares cirúrgicas enfraqueceram drasticamente o Hezbollah no Líbano, abalaram os Houthis e destruíram grande parte do arsenal militar na Síria. |
O próprio Irã sofreu um ataque devastador em seu programa nuclear e no coração da Guarda Revolucionária. |
Este enfraquecimento do Eixo da Resistência deixou o Hamas sem o apoio externo que esperava. |
Sem a ameaça de novas frentes de combate para desviar a atenção de Israel, o Hamas se viu isolado e com as costas contra a parede. |
Pressão dos aliados árabes |
O segundo pilar desta decisão foi a pressão direta e inegociável dos países árabes aliados. |
Essa mudança de postura não é aleatória. |
Ela é fruto de uma política externa americana, especialmente a adotada durante o governo Trump, que redefiniu o equilíbrio de poder na região. |
O presidente Trump demonstrou estar disposto a romper alianças tradicionais e aplicar retaliações pesadas, o que forçou países como Egito, Arábia Saudita e Qatar a fazerem um cálculo estratégico diferente. |
Eles perceberam que a lealdade e a parceria com os EUA poderiam render grandes incentivos econômicos e garantias de segurança, enquanto a resistência poderia gerar perdas catastróficas. |
Egito e Turquia foram trazidos para a mesa de negociações, pressionando o Hamas através de suas fronteiras e influência. |
Arábia Saudita e Emirados Árabes, detentores do capital necessário para a futura reconstrução de Gaza, exigiram uma postura mais pragmática. |
O Qatar, que historicamente jogava um jogo duplo (abrigando a base americana e apoiando a Al Jazeera, pró-Hamas), foi decisivo. |
Um ataque israelense anterior ao Qatar mudou a percepção da família governante, que entendeu que seu jogo duplo não era mais sustentável e que precisava se alinhar a uma postura mais firme, pressionando o Hamas a aceitar o acordo. |
O Hamas aceitou o acordo não por ter vencido, mas sim por ter sido forçado a reconhecer que estava à beira da derrota militar e que seus aliados, sob forte pressão geopolítica, não iriam mais salvá-lo. |
A libertação dos reféns tornou-se, assim, a única saída para garantir a sobrevivência de parte de sua liderança e negociar um futuro, ainda que incerto, para a Faixa de Gaza. |
Será que o fim da guerra em Gaza finalmente abrirá as portas para a criação de um Estado Palestino legítimo e duradouro? |
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O debate sobre o futuro do conflito Israel x Palestina está mais acalorado do que nunca. |
Com a possibilidade de acordos de paz, surge a pergunta inevitável: existe um caminho real para a solução de dois Estados? |
A análise de alguns especialistas aponta para uma resposta complexa, mas com uma condição inegociável: a ausência do Hamas. |
A principal tese levantada é clara: quem perde a guerra não dita as regras. |
O Hamas pode insistir em manter suas armas, mas, na visão dos especialistas, Israel venceu o conflito e, portanto, definirá os termos de uma eventual saída de Gaza. |
A única forma de se construir um lar nacional palestino, seja um Estado completo ou uma autonomia com restrições de segurança, é se o Hamas for completamente rejeitado pelo seu próprio povo. |
Sem a violência e a liderança de grupos extremistas, torna-se muito mais fácil para o povo israelense eleger líderes dispostos a negociar uma paz justa e legítima. |
Para que qualquer negociação avance, o conceito precisa ser estabelecido: a liderança palestina deve aceitar a legitimidade da existência de Israel como o lar nacional do povo judeu. |
Isso não pode ser apenas um discurso para o ocidente. |
Enquanto a narrativa de que "os judeus não são daqui" persistir, o caminho para a paz será bloqueado. |
A mudança precisa ser profunda, abrangendo desde a diplomacia até a educação das crianças. |
Apesar da esperança, há um forte ceticismo sobre a eficácia de qualquer acordo atual, especialmente em relação à troca de reféns por prisioneiros. Isso se deve aos seguintes fatores: |
Ameaça de precedente: a negociação com um grupo que usa reféns como moeda de troca abre um precedente perigoso, reforçando o modus operandi de sequestros em futuros conflitos. |
Governo tecnocrata: a ideia de um governo tecnocrata para Gaza, indicado por um conselho de paz, levanta dúvidas sobre sua legitimidade perante o povo palestino e a falta de consenso entre os próprios países árabes. |
Pressão política em Israel: o ministro Benjamin Netanyahu enfrenta forte pressão interna da direita ortodoxa, que se opõe à criação de um Estado Palestino e vê o acordo como uma humilhação. |
E você, acredita que a paz é possível sob as condições atuais? |
A rejeição do Hamas é suficiente para pavimentar o caminho para um Estado Palestino? |
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Fechamento em 24/10/2025 |
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