Ainda vale a pena importar por Santa Catarina?

Por muitos anos, o estado de Santa Catarina foi o queridinho dos importadores brasileiros.
Empresários de todo o país abriram filiais ou firmaram parcerias com tradings catarinenses para aproveitar os famosos benefícios fiscais do ICMS, um atrativo que tornava o estado sinônimo de economia tributária e competitividade.
Mas, em 2025, será que ainda faz sentido importar por lá?
A reforma tributária irá acabar com os incentivos?
Vamos fazer uma análise sob o ponto de vista do importador.
Vamos direto ao ponto.
O que fez Santa Catarina ser tão atrativa
Tudo começou com o Pró-Emprego, cujo objetivo era o de atrair empresas e gerar empregos através de benefícios fiscais de ICMS.
Posteriormente, veio o Tratamento Tributário Diferenciado (TTD), um regime especial que reduzia o impacto do ICMS na importação.
O que o governo estadual fazia era permitir o recolhimento do imposto sobre uma base de cálculo reduzida ou dava prazos maiores para o pagamento, o que ajudava o caixa das empresas e tornava o custo final do produto mais baixo.
Ou seja, importar um container cheio de eletrônicos, pagando menos imposto na entrada e ainda tendo fôlego para vender antes de quitar o tributo, era o grande diferencial.
O importador tinha um ambiente favorável para o crescimento.
Além disso, muitas empresas investiram no estado, criando terminais e armazéns especializados em retirar a carga do porto e fazer a armazenagem segura.
Os portos melhoraram e receberam forte investimento de várias empresas.
Hoje, Santa Catarina é referência com os portos de Navegantes e Itapoá.
Muitos despachantes aduaneiros vieram para o estado, agentes de carga abriram filiais e hoje o mercado é grande o suficiente para que os importadores consigam negociar à vontade.
O cenário mudou
Nos últimos anos, no entanto, o jogo mudou.
O governo colocou limites mais claros sobre a concessão de incentivos fiscais pelos estados, exigindo transparência e uniformidade nas regras.
Com isso, muitos dos benefícios antigos foram revistos ou reduzidos.
Santa Catarina precisou se adequar, e embora ainda ofereça regimes especiais, eles se tornaram mais restritos e seletivos.
Hoje, para uma empresa conseguir um TTD, é preciso comprovar relevância econômica, geração de emprego ou volume expressivo de operações.
Ou seja, não é mais tão simples como antes.
Além disso, outros estados entraram no jogo. Alagoas, Espírito Santo e Rondônia, por exemplo, criaram programas de incentivo ainda mais agressivos para atrair importadores.
O que antes era exclusividade catarinense, agora virou campo de disputa.
Ainda compensa?
Santa Catarina ainda pode ser vantajosa, mas não para todos.
Se você é uma empresa com grande volume de importações, operações regulares e estrutura logística consolidada, vale a pena considerar.
Caso você não tenha interesse em adquirir o benefício fiscal, pode utilizar uma trading company. Existem muitas ainda no estado.
O estado continua oferecendo estabilidade, portos eficientes e regimes fiscais seguros, especialmente para quem busca previsibilidade e integração logística.
Por outro lado, se o seu negócio é menor, faz importações pontuais ou está começando agora, podem existir alternativas mais econômicas, principalmente se a empresa não estiver de fato em Santa Catarina.
O veredito
Mesmo com todas as mudanças, Santa Catarina mantém um ambiente de negócios sólido e favorável à importação.
O governo estadual segue buscando ajustar seus programas dentro das regras nacionais, para continuar competitivo.
O estado deixou de ser a terra das facilidades e passou a ser a terra da profissionalização.
Quem entende de importação, se planeja e cumpre os requisitos, ainda consegue ótimos resultados.
Importar por Santa Catarina ainda vale a pena, especialmente pela mão de obra qualificada, pela infra-estrutura e pelo tanto que importadores conseguem negociar, seja com tradings, com despachantes aduaneiros ou com agentes de carga.
Se o seu foco é eficiência e previsibilidade, Santa Catarina continua sendo um porto seguro.
E aí, tem interesse em importar?
Cotações
Fechamento em 07/11/2025
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Ibovespa - 154.063 pontos
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Até a próxima!

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