inspirada numa série de vídeos da Letícia Sother (aqui o primeiro vídeo da série), resolvi documentar meu processo de recomeço. mas antes de começar quero explicar algumas coisas.
vocês me leram no início do ano no substack, mas a plataforma é bem problemática e resolvi que não quero dar palco e dinheiro para quem dá palco e dinheiro para n@zi :) por esse motivo irei escrever no buttondown, recomendação do meu grande amigo Jonas. obrigada, amigo!
vamos lá, para quem não sabe, apesar da cara de xóvem, tenho 32 anos. sempre quis fazer algo que amasse mas fui empurrada pela vida a (tentar) estudar o que dava dinheiro. nisso, fiz alguns períodos de odonto, patinei SEIS períodos de ENGENHARIA e resolvi chutar o balde em 2017 para estudar Relações Internacionais. me encontrei, juro. o curso é incrível, você ganha uma visão do mundo, que juro, nenhum outro curso dá. você entende porque as coisas acontecem, como acontecem, etc. eu achava que estava feita, já sabia o que queria. seria pesquisadora e professora e estava tudo muito bem delimitado (estagiei como assistente de pesquisa no programa de pós graduação da ECEME, participei de um GT da ESG durante 1 ano e ajudei a fundar o núcleo de pesquisas em RI da universidade) até a pandemia.
2020 foi meu último ano e a pandemia revirou tudo. aulas 100% online, colação de grau online e o programa de pós graduação que eu queria passou por mudanças e não disponibilizaria bolsas. como eu iria me dedicar exclusivamente a um mestrado sem bolsa? como eu iria me manter?
tive que deixar essa vontade de lado e ir trabalhar com outra coisa. a sorte (ou não) é que RI te dá skills para trabalhar em diversas áreas e caí no marketing internacional como redatora e analista de conteúdo. ainda estava na área, gostava do que fazia e tudo mais. mas o que ninguém me contou, é que o marketing, seja ele qual for, internacional ou local, digital ou tradicional, é ingrato. daí corta para mim em 2023 trabalhando para uma startup canadense e tendo um burnoutinho (o nosso amiguinho), nesse meio tempo a startup meio que faliu e lá estava eu: adoecida e sem trabalho. (ಥ﹏ಥ)
mas, como a maioria das pessoas vivendo sob os tentáculos nefastos do capitalismo, não pude descansar. não me recuperei 100% até porque menos de 1 mês depois já estava pegando freelas. e resolvi que trabalharia assim, já que eu não podia descansar para me recuperar por motivos de aluguel e alimentação, pelo menos queria gerir meu próprio tempo. e isso funcionou por quase 2 anos. tive bons clientes fixos, alguns clientes pau no c* (aparentemente não dá para fugir desse tipo, né?), viajei quando quis, fui para a academia em horário de herdeira e tudo mais. mas não descansei efetivamente, sempre estava com muito trabalho. viajava? sim. mas viajava com trabalho. eu não sei o que são férias há pelo menos 5 anos. os clientes fixos começaram a encerrar contratos e cá estou eu apagando incêndio de novo. ᕕ(╯°□°)ᕗ
a verdade é que não quero mais isso mas não sei o que quero. dizem que saber o que não se quer já é meio caminho andado e eu espero que seja. espero que saber o que não quero me ajude a recomeçar. hoje não tenho mais grandes aspirações profissionais. já sonhei em ajudar a mudar o mundo com pesquisas e dando aula, mas não deu para mim. já sonhei em viver da minha escrita e também não deu (tô quase chorando kkkk). tenho estudado algumas possibilidades mas tudo parece muito distante, parece que não tenho talento para absolutamente nada. será síndrome do impostor ou eu realmente sou uma bosta? questões, né?
esse texto levou um rumo que eu não estava esperando, juro. eu esperava que fosse ser mais good vibes, que fosse terminar com uma mensagem bonitinha mas não foi dessa vez.
no início eu disse que gostaria de documentar meu processo de recomeço mas acabou sendo um desabafo, desculpa.
volto aqui assim que tiver um plano de recomeço traçado, e para mais assuntos também. vou republicar os textos sobre a Hachi aqui no buttondown e devo escrever mais sobre Nana e outros animes também.
espero que gostem!
adieu~ ♥