Viva novas experiências
Olá você,
Chegou mais uma edição da Não é Spam. 📧
A gente chega na vida adulta cheia de gatilhos, traumas e coisas para resolver. Normal. A vida vai acontecendo e tem muito para gente digerir.
A vida adulta nos dá essa oportunidade. De olhar mais pra gente; buscar mais nossos interesses; construir, desconstruir e reconstruir relações. Para tudo isso, é preciso estar disposto.
A vida adulta nos convida cotidianamente a ressignificar experiências. Às vezes é um padrão que a gente tem desde a infância e precisamos enfrentar; às vezes é uma história que decidimos nos contar e aí achamos que não pode ser diferente.
Mas pode... você já experimentou fazer algo que você achava ser impossível ou que seria desagradável e no final das contas foi incrível?
Pois bem. Assim que a gente ressignifica as experiências.
Nunca mais vai te faltar assunto no elevador...
Toda semana falo aqui de assuntos variados como trabalho, produtividade, descanso, feminilidade, liderança. Tem também a entrevista ping-pong.
Essa news é um complemento (talvez um espaço mais extenso) do meu instagram @clubebadass.
Ping-pong ☕
A entrevista de hoje é com a Luiza Olmedo, minha amiga e uma das fundadoras da @sigapitaya.
A Lu vai contar mais da marca dela abaixo, mas além da ideia ser super legal, é incrível ver mulheres empreendendo. O mundo dos negócios é difícil - pior ainda para gente.
Mas vale a pena. Dá para sentir daqui o orgulho da Lu com a marca né?
1) Conta um pouquinho antes como é sua profissão, o que te fez escolher ela e como você chegou onde está hoje. Basicamente sua trajetória.
Atualmente, sou analista de comunicação na Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimento (ApexBrasil), organizo e faço a cobertura as ações da Agência para promover produtos e serviços brasileiros no exterior. Fiz o concurso para a Apex quando estudava para a prova da carreira diplomática, sem planejar, então, de certa forma, essa virada de esquina profissional foi quase acidental. E não é que me levou para um lugar bem legal?
Sou formada e tenho mestrado na área de Relações Internacionais, eu escolhi o curso pensando em ser correspondente internacional de algum jornal. Cheguei a fazer uns bicos como repórter ao longo da minha trajetória acadêmica, até fui trainee na Folha de SP. Só que ao mesmo tempo em que o jornalismo me encantou, também me mostrou que o mercado de trabalho da área é, para dizer o mínimo, desafiador. Descobri rápido que ser correspondente não é fácil nem glamoroso e que eu seria mal remunerada até chegar lá.
Desiludida, comecei a estudar para o concurso de diplomata, aproveitando a minha formação. Acontece que psicologicamente não aguentei por muito tempo a dependência financeira da família. Foi assim que, no mesmo mês, em 2019, comecei uma empresa com o meu irmão e aceitei a vaga na Apex. A empresa, um clube de assinatura de lingeries, a Pitaya, foi um plano inusitado. Estávamos decididos a tentar alguma coisa "nova". Nossa pegada é feminista, de valorização da mulher e dos diferentes corpos. Meu irmão ficou com a gestão e operação, e eu, com a produção de conteúdo. Hoje a empresa já cresceu bastante, e temos mais uma sócia.
Na Apex, eu comecei na área de inteligência de mercado, onde aprendi muito sobre análises quantitativas, mas a vaga não batia muito com o meu perfil. Quando consegui a transferência para a comunicação, minha relação com a Agência mudou. Desde então, trabalho com a produção de conteúdo sobre diferentes temas de economia internacional e também participo da cobertura de eventos no exterior. Sinto que finalmente estou conseguindo amarrar minha formação acadêmica com o meu gosto por jornalismo. E hoje sei que é isso que eu quero para as minhas próximas empreitadas profissionais!
2) Um dos principais debates sobre trabalho é: dizem que a gente pode escolher um trabalho (que tem um propósito) ou um emprego (para pagar as contas). Como você enxerga o seu lugar profissional no meio disso?
Acho que conseguir um "emprego" que seja um "trabalho" realmente não é tão fácil. O mercado de trabalho é competitivo e as vagas mais bem-remuneradas para ocupações consideradas, de maneira geral, "interessantes", digamos, são bem disputadas mesmo. Mas acho que cabe a nós encontrar propósito nas nossas rotinas de trabalho. Não acredito muito em "dream job", mas sim em posições que demandem habilidades que temos, ou que queremos desenvolver, e que nos motivem. E essa motivação passa tanto pelas atribuições da vaga, pela chefia, pelo ambiente de trabalho, como pela remuneração.
Hoje, vejo que estou em uma vaga em que encontro muito propósito e que me remunera de maneira razoável. Além disso, me permite trabalhar em projetos paralelos, como a Pitaya, o que é muito importante para mim. Mas, para o meu futuro profissional, tenho como prioridade uma posição com maior remuneração (quero ter filhos ainda, e aí o cenário muda muito!), e, se possível, que envolva maior impacto social.
3) Eu sei que você tem uma marca. Conta um pouquinho sobre ela e sobre porque decidiu criar.
Opa, dei spoiler e contei lá em cima. Tenho muito orgulho em ter fundado a Pitaya, por mais que meu envolvimento direto com a empresa tenha se reduzido ao longo dos anos. Meu objetivo nunca foi atuar diretamente na operação, mas ajudo a pensar nos rumos da empresa. Hoje, ela já caminha super bem, com dois sócios dedicados full-time.
Eu não trocaria a minha carreira atual pela vida de empresária porque gosto de trabalhar em ambientes corporativos e aprecio a estabilidade que me propicia. Mas eu amo contribuir mensalmente com conteúdos para as nossas assinantes. É uma oportunidade para refletir sobre vários temas que me interessam e me conectar com um público com o qual me identifico muito! Além disso, é um espaço aberto para criatividade, onde posso testar ideias e aprender coisas novas, fora da minha rotina de trabalho.
4) Como é ser empreendedora e lidar com o seu outro trabalho?
Pode ser cansativo, mas é uma fonte de inspiração que reverbera em todos os âmbitos da vida. Sei que todo tempo empregado nas atribuições com a Pitaya é útil, porque vai ter impacto na ponta, seja na vidas das clientes ou na operação. E isso é muito satisfatório! Hoje, meu foco é sobretudo em conteúdo, que eu amo produzir, então também está mais tranquilo de conciliar no dia a dia (antigamente eu passava meus sábados produzindo planilhas de excel para a marca, e aí era mais puxado. Com o crescimento e reestruturação da empresa, essa fase passou, ainda bem!).
Atualmente, sinto que tudo que produzo para a Pitaya agrega ao meu currículo e vai me tornando uma profissional melhor, então é super complementar. Às vezes é corrido e envolve noites de trabalho ou almoços gastos etiquetando produtos, mas vale a pena.
5) Como você enxerga essa nossa cobrança adulta por sermos os melhores, querermos abraçar o mundo e estar sempre produzindo? Como você lida com isso também?
Essa cobrança é exaustiva, né? Eu me acostumei a fazer muitas coisas desde a faculdade. Fazia todas as matérias possíveis, grade lotada. Depois, somei mestrado, com meus vários bicos de repórter, até que comecei a estudar para concurso, abri uma empresa e comecei um trabalho. Acho que 2023 foi meu ano mais "tranquilo" desde que me lembro, e aí resolvi que ia malhar todos os dias, treinar corrida e entrar em grupo de leitura.
É impressionante a obsessão por preencher a existência! Sim, isso é constantemente um tema na terapia. Aprender a balancear as atividades e, mais do que isso, as cobranças por "resultados" é uma lição difícil.
Às vezes preciso me obrigar a descansar e aproveitar a vida, é ridículo. Ao mesmo tempo, gosto muito de encarar desafios e tentar ir cada vez mais longe, seja na corrida ou na profissão, faz sentido para mim. Só preciso dar essa equilibrada, nem sempre óbvia.
6) Por fim, como você descansa a cabeça?
Queria poder dizer que tenho um hobby bem diferentão, admiro muito quem tem. Mas a verdade é que sou bem volúvel nas minhas formas de lazer. Já pratiquei bastante yoga e montei quebra-cabeças, mas hoje estou bem tradicional. Naqueles dias em que o cérebro está derretido, me jogo no sofá para ver uma série bem besta, de preferência comédias. Também gosto muito de ver aquelas séries documentais sobre o planeta terra, fauna e flora, acho lindo e me ajuda a desligar completamente da minha vida.
Voltei a ler mais literatura desde a pandemia e essa tem sido uma alegria dos sábados de manhã: pegar meu cafezinho e ler um livro de frente para o meu janelão com vista arborizada (pequenos grandes prazeres). Além disso, posso dizer que as horas de corrida e de malhação também funcionam como momentos em que me desconecto do mundo.
Ah, e uma curiosidade: eu gosto muito de ir no supermercado. Uma ou duas vezes na semana coloco meus fones, escolho um podcast e vou às compras. Não sei explicar por que, mas é uma atividade que aprecio. Em viagens, inclusive, esse é um momento especial: desfilar pelas prateleiras cheias de produtos exóticos. Adoro!
Geradores de assunto no elevador 🧊
Acho que já indiquei esse podcast aqui. Vale demais.
Para refletir 🧠
Somos minúsculos diante do Universo.