última de 2023
Olá você,
É isso. 2023 está virando a curva e se despedindo. E isso nos traz aquela sensação de balanção.
Posso dizer por aqui: que ano! Foram dias muito intensos de aprendizados mil e de muita autodescoberta. Não nos sentidos piegas das coisas, mas no sentido genuíno de mergulho em mim.
Um ano de muita reflexão sobre quem eu sou, quais meus limites, o que eu quero. Um ano transformador e desafiador, mas maravilhoso. Muito maravilhoso!
Agora temos a oportunidade de crescer ainda mais em 2024. Vamos?
E pra você que tá aqui comigo: obrigada. Escrever aqui tem sido muitas vezes o que eu preciso para digerir e evoluir ;D
Nunca mais vai te faltar assunto no elevador...
Toda semana falo aqui de assuntos variados como trabalho, produtividade, descanso, feminilidade, liderança. Tem também a entrevista ping-pong.
Essa news é um complemento (talvez um espaço mais extenso) do meu instagram @clubebadass.
Ping-pong ☕
A entrevistada de hoje é minha amiga querida @marilsl. Especialista em confeitaria; ex-vizinha em Toronto, Canadá; amante de séries e bons livros, Mariel é um exemplo de perseverança e mudança de carreira. Minhas trocas com ela sempre foram proveitosas e fazem falta. <3
1) Conta um pouquinho antes como é sua profissão, o que te fez escolher ela e como você chegou onde está hoje. Basicamente sua trajetória.
Hoje em dia eu sou Pastry Cook - confeiteira - em um restaurante de Toronto. Basicamente minha rotina de trabalho é cuidar do preparo das sobremesas, de todos os elementos que compõem as sobremesas que temos no cardápio, e também todos os dias temos o Family Meal, momento que todo mundo para pra comer antes do serviço/ restaurante abrir para o público, e todos os dias a gente faz uma sobremesa pra essa refeição também - o que é uma oportunidade muito boa de testar receitas, técnicas, etc. Em alguns dias da semana eu me divido entre a parte do preparo com o serviço durante o funcionamento do restaurante, empratando as sobremesas que vão pra mesa dos clientes também. São dias longos, entre 10 a 11h de trabalho por dia e que demandam bastante do corpo - a gente carrega bastante peso, se abaixa muito, etc.
Eu comecei nessa área em 2021, quando eu já cursava o programa de Confeitaria e Panificação da George Brown. Na verdade, eu apliquei para uma vaga de Dishwasher numa padaria aqui de Toronto, comecei nessa posição e logo em seguida eles precisaram de alguém para ser Baker e me convidaram porque já sabiam que eu tava estudando pra isso. Depois dessa experiência eu estagiei em um restaurante, e logo em seguida fui convidada para continuar lá como confeiteira. Depois desse local, eu comecei a procurar outros lugares que também pudessem me enriquecer profissionalmente, e que também tivessem uma cultura de trabalho mais alinhada com o que eu acredito. Foi quando minha antiga chef desse primeiro restaurante me convidou para ir trabalhar com ela no local onde eu estou hoje, um restaurante fine dining aqui de Toronto.
2) Um dos principais debates sobre trabalho é: dizem que a gente pode escolher um trabalho (que tem um propósito) ou um emprego (para pagar as contas). Como você enxerga o seu lugar profissional no meio disso?
Eu acredito, e talvez isso seja muito um reflexo da nossa geração, que o trabalho sem um propósito vai ser ainda mais desafiador. Trabalho é trabalho, não importa o quanto você ame aquilo que faz, mas obviamente que ter algum prazer no que você tem que fazer como dever torna as coisas mais leves.
Minha decisão em mudar de carreira - antes de vir pro Canadá e começar o curso eu era servidora pública federal em Brasília - foi muito alinhada nesse pensamento de associar o meu emprego/fonte de renda a algo que eu sentisse mais satisfação em executar, que me motivasse a estudar e me manter atualizada, etc. Daí foi com esse pensamento que decidi investir nessa área de atuação e me tornar confeiteira.
3) Você ama o que você faz? Como lida com dias ruins? Fala um pouquinho sobre cuidados com saúde mental.
Hoje em dia eu busco sempre me manter empolgada com o que faço. É mais fácil por ser um assunto que me interessa naturalmente, então eu procuro estimular essa minha criatividade nesse aspecto, sempre buscando referências, inspirações, testando coisas novas, que contribuem para que eu me torne uma profissional mais qualificada. E ao me ver desempenhando melhor minhas atividades, eu passo a olhar com mais amor pro que eu entrego no trabalho.
Mas vou te dizer que dias difíceis existem sim. Mesmo quando a gente faz o que ama e ama o que faz. A minha rotina, como eu mencionei, demanda bastante do meu corpo e suga bastante da minha energia física e mental, então tenho buscado encontrar momentos e atividades que me desconectem um pouco dessa pressão do trabalho e me reconectar com outros aspectos da minha personalidade.
Mais recentemente tenho retomado a pintura com aquarela, hábitos de leitura, e confesso que preciso voltar pra terapia hahahah
Mas sem dúvidas, priorizar a saúde mental é um desafio constante no meio da rotina acelerada que a gente leva. São muitas coisas pra lidar ao mesmo tempo, vários pratinhos sendo equilibrados, e é difícil não derrubar nenhum no meio do caminho.
4) Como você enxerga essa nossa cobrança adulta por sermos os melhores, querermos abraçar o mundo e estar sempre produzindo? Como você lida com isso também?
Bom, a pessoa que não se abala com toda essa cobrança precisa ser estudada! Hahahah É muito forte a cobrança pessoal e também externa, de sempre nos mantermos atualizadas, de sempre buscar a melhoria pessoal - o que as vezes se confunde com autocuidado, e ai vira uma loucura! A pressão em estar sempre produzindo e se aprimorando é cruel, e achar um equilíbrio nessa equação é crucial. Eu acho que o mais importante é uma auto-observação, porque eu penso que não adianta abandonar isso completamente em prol de uma melhoria da saúde mental, por exemplo. A pressão social (e pessoal) vai permanecer, então a gente tem que se observar e passar a respeitar melhor os nossos limites. Eu ainda preciso melhorar muito nesse aspecto, porque me cobro bastante, principalmente por ter recém ingressado numa nova carreira, em um novo país… são muitos passos que eu dei pra trás, aos 30 anos, então me sinto correndo uma maratona pra alcançar “aonde eu já deveria estar”, e isso é desgastante demais. Mas sei que não vou conseguir abandonar essa pressão por completo, então é onde eu vou me observando e me permitindo forçar mais a barra em algumas fases, mas também me permitindo descansar e respirar mais tranquilamente em outros momentos.
Geradores de assunto no elevador 🧊
Essa semana vai ter 2 episódios de Bom Dia, Obvious aqui porque eles estão sensacionais: https://open.spotify.com/episode/1dmDf2UcwYoNSapiYQw3to?si=46a1ac81c6ad480e
- https://open.spotify.com/episode/2GxQ5urc0VKt9kUr81f6xx?si=2d100dcc342c482e
Agora, se você tá tendo um dia agitado e estressado e precisa se acalmar/concentrar, escuta essa música.
Se precisar meditar, recomendo essa aqui.
Para refletir 🧠
Colocou no papel os aprendizados de 2023? E as vontades para 2024?