O que você cobra, você sabe entregar?
Olá você,
Chegou mais uma edição da Não é Spam. 📧
Quantas vezes nos seus processos (sejam eles coletivos ou em dupla), você olha para dentro?
Eu sei que olhar para si, enxergar os nossos defeitos e buscar melhorar não é realmente um exercício fácil. Muito pelo contrário. Exige muita vontade e autodescoberta.
Nós sentimos inadequados por grande parte da nossa vida. Antes mesmo de dormir ou acordar estamos nos questionando o que poderia ter sido melhor e porque para os outros parece mais fácil. Sempre buscando uma resposta fora da gente.
Essa nossa sensação de que nunca somos bons o suficiente é que nos traz inseguranças, angústias e ansiedades. Seja sozinhos ou acompanhados.
Mas falemos agora das relações. O quanto você projeta disso tudo na expectativa do outro te complementar?
Posso falar por mim... eu sempre coloquei demais. Nos amigos, no namorado, nos pais... sempre achando que cabia a eles me preencher de alguma forma.
Prepara pro clichê e vem: antes de qualquer pessoa ser capaz de realmente compor à sua vida e história, você precisa estar consciente do seu processo individual.
E eu não digo nem que você precisa ser completa, estar curada ou transformada por inteiro. Os processos podem e vão acontecer com outras pessoas ao nosso lado - acredito demais no caminhar coletivo, seja qual for o seu formato - mas você precisa ter consciência do que quer para você, do que busca, como busca. Caso contrário, vai sempre achar que o outro é a sua resposta.
E - prepara para mais um clichê - a resposta está em você. Nesse processo de autobusca e autodescoberta, que permeia nossas vidas.
Nunca mais vai te faltar assunto no elevador...
Toda semana falo aqui de assuntos variados como trabalho, produtividade, descanso, feminilidade, liderança. Tem também a entrevista ping-pong.
Essa news é um complemento (talvez um espaço mais extenso) do meu instagram @clubebadass.
Ping-pong ☕
A entrevista de hoje é Thaís Mesquita do @guardaroupa365. Conheço a Thata tem mais de 10 anos. Já trabalhamos juntas e esse projeto que hoje ela toca na versão 4.0, eu acompanhei o nascimento.
Thaís é uma mulher que inspira, com uma história de vida de muito amadurecimento pessoal e profissional - daquelas pessoas que cruzam a nossa vida e nos ensinam tanto sem nem saber.
1) Conta um pouquinho antes como é sua profissão, o que te fez escolher ela e como você chegou onde está hoje. Basicamente sua trajetória.
Atuo como assessora de comunicação na administração pública e trabalho no governo federal há 15 anos. É um super desafio que beira à loucura! rs
É não ter rotina, acompanhar a agenda de autoridades e ter disponibilidade para viagens.
Sou da periferia do Distrito Federal, nasci e fui criada na Ceilândia, tive filho aos 14 anos, tive que amadurecer muito cedo e eu sabia que a única forma de mudar a minha realidade e a do meu filho era por meio dos estudos e do meu trabalho.
Gostava de ler, escrever e tinha facilidade em me comunicar. Fiz faculdade de jornalismo e estagiei na assessoria do ministério da Educação. E aí é aquilo: ou você ama ou odeia, e eu me apaixonei. Continuei estudando e me especializando, consequentemente fui mudando de cargo, entre social media, coordenadora de redes sociais e de jornalismo, até me tornar assessora de comunicação.
Também sempre gostei de moda e por meio do meu trabalho com comunicação vi a oportunidade de unir as duas coisas, afinal a forma como nos apresentamos abre ou fecha portas.
Sou consultora de imagem e ajudo outras mulheres a redescobrirem seus guarda-roupas e a usarem a imagem pessoal de forma intencional e estratégica. Tenho cursos e e-books sobre o tema.
Minha trajetória é motivo de orgulho.
2) Um dos principais debates sobre trabalho é: dizem que a gente pode escolher um trabalho (que tem um propósito) ou um emprego (para pagar as contas). Como você enxerga o seu lugar profissional no meio disso?
Eu realmente gosto do que faço, me sinto desafiada e é um aprendizado constante. Como mãe de dois filhos e cheia de boletos, seria muito romântico da minha parte dizer que trabalho apenas pelo propósito. Mas, tento aliar as duas coisas e busco fazer a minha parte com excelência. Quem nunca acordou querendo jogar tudo pro alto que atire a primeira pedra, e aqui entra uma coisa muito importante que aprendi com a maturidade: inteligência emocional. Nunca será um mar de rosas, mas a gente consegue tornar a rotina (ou a falta dela) mais leve.
Já adoeci mentalmente, por exaustão, medo e insegurança, e isso me fez olhar a minha vida profissional sob outra perspectiva.
3) Conta um pouquinho dos seus projetos pessoais e como concilia com a carreira.
Tenho um filho de três anos e ele é a minha prioridade agora. Eu nunca pensei em abrir mão da minha carreira e me sinto bem com essa decisão. Então o grande desafio é conciliar a maternidade com a vida profissional e, até agora, tem dado tudo certo. Tenho uma rede de apoio, meu marido é muito presente e participativo, e o fato do meu filho mais velho já ser adulto facilita as coisas.
Obviamente, eu não dou conta de tudo o tempo todo e tudo bem.
4) Como você enxerga essa nossa cobrança adulta por sermos os melhores, querermos abraçar o mundo e estar sempre produzindo? Como você lida com isso também?
Eu também me cobro e fico tentando abraçar o mundo, mas a minha vontade de manter a sanidade mental é maior. Conheço meus limites e me esforço muito para não ultrapassá-los. Vez ou outra me pego buscando referências para o meu trabalho durante meus momentos de lazer, vai no automático.
Precisamos colocar esse assunto na roda de debate, parar de romantizar o adoecimento causado pelo trabalho, falar sobre bem-estar, saúde e remuneração. Humanizar, de verdade, as relações de trabalho.
5) Por fim, como você descansa a cabeça?
Com a minha família, meus amigos, praticando atividade física, viajando e assistindo séries.
Geradores de assunto no elevador 🧊
Esse insta com lookinhos dos vovôs e vovós de Chinatown dá um quentinho no coração.
Por falar em NYC, esse aqui já é o terror né? Metrô de NYC não é para amadores.
Para refletir 🧠
Você entrega ao outro aquilo que cobra dele?