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August 1, 2023

Nossas rupturas são sucesso

Olá você,

Chegou mais uma edição da sua news favorita Não é Spam. 📧

Você não será vencedora em tudo.

A gente até se obriga, em alguma medida, a ser né? Mas a vida logo ensina que os fracassos às vezes valem bem mais do que os sucessos. Porque esses a gente não quer mostrar, mas são eles que pavimentam o caminho, que impulsionam a vontade, que consolidam o desejo.

Lembrando, inclusive, que essas palavras são sempre colocadas de uma forma simplista, algo entre o "bem e o mal".

E para ser bem sincera: só não fracassa quem não arrisca. Portanto, tá mais confortável não se jogar porque você não sabe se será possível amortecer a queda?

Eu sei que na sociedade digital em que vivemos hoje, em que as pessoas performam muito e às 4h da manhã já fizeram mil coisas e ganharam muitos milhões, a gente se sente pouco pro tanto dos outros.

Nas nossas inseguranças, nos nossos dilemas, no nosso caminhar ainda se encontrando, buscando equilíbrio. Mas te digo: tem muito mais verdade, liberdade e felicidade em quem vive assim.

É difícil mesmo internalizar que o sucesso também é composto por fracassos, afinal, não foi o que ouvimos a vida toda, né?

Mas pense comigo, no final do dia, o que importa é: você viveu rupturas, mas em todas elas, você foi capaz de se reconstruir.

É impossível você não enxergar sucesso nisso!

Nunca mais vai te faltar assunto no elevador...

Toda semana falo aqui de assuntos variados como trabalho, produtividade, descanso, feminilidade, liderança. Tem também a entrevista ping-pong.

Essa news é um complemento (talvez um espaço mais extenso) do meu instagram @clubebadass.

Ping-pong ☕

Rachel Sabino (@rachelsabino_)

Sigo a Rachel desde antes da pandemia, mas não a conheço pessoalmente. Talvez por ela ser jornalista, assim como eu, ou talvez porque sempre gostei das referências dela, eu sinto que a conheço.

Me identifico - nos micro recortes das redes sociais - com o olhar que ela tem pela vida. Percebo muito nela essa ideia de correr atrás dos sonhos.

Vivendo em Londres desde 2021, ela tá equilibrando as demandas da vida pessoal e profissional e se encontrando em um lugar profundo de autoconhecimento.

1) Conta um pouquinho antes como é sua profissão, o que te fez escolher ela e como você chegou onde está hoje. Basicamente sua trajetória. Queria que você contasse um pouco também sobre a sua escolha de ir pra fora.

Sou jornalista, formada pela Universidade de Brasília (UnB) e Mestre em Jornalismo de Moda pela London College of Fashion.

Cheguei no Jornalismo como uma estratégia para trabalhar com moda. Queria fazer design de moda, mas foi ideia da minha mãe que eu fizesse um curso mais amplo antes de entrar em moda.

Segui os passos de graduação, estágio, frila. No ano que me formei, fui aceita London College of Fashion e comecei a estudar em 2021. Me mudei pra Londres e graduei lá já.

Essa escolha de ir pra fora veio depois de muito pensar. Queria ir para SP, mas também queria muito ter uma experiência fora do país. A escolha de Londres é porque Londres é uma das capitais da moda, além disso, já tinha domínio do inglês e achei que seria uma boa opção.

Cogitei NYC, vi cursos, mas achei que eu ficaria isolada do circuito fashion, já que estaria mais distante de Londres, Paris e Milão.

Portanto, foi uma estratégica levando em conta a questão de indústria.

2) Um dos principais debates sobre trabalho é: dizem que a gente pode escolher um trabalho (que tem um propósito) ou um emprego (para pagar as contas). Como você enxerga o seu lugar profissional no meio disso?

Essa pergunta mexe muito comigo porque no momento estou em um emprego, depois de muito tempo tendo trabalhos. Posso dizer isso com um pouco de tranquilidade e ansiedade, apesar de ser muito nova e ter tempo pela frente, pela primeira vez estou num lugar só para pagar conta. É um lugar que eu não gostaria de estar, mas estou ali como todo que precisa pagar conta.

Nos últimos 6 anos, entre estágios, carteira assinada e trabalho de frila, eu fiz trabalhos. Com propósito. Alinhado com o que eu acredito e gosto de fazer.

No entanto, enxergo que quando você está nessa situação, como a minha atual, é uma oportunidade incrível para você se descobrir além do trabalho.

Eu sempre trabalhei muito, até demais. Eu sempre me doei muito mais pros meus trabalhos do que pra minha vida pessoal. Aquela coisa de vou trabalhar demais e não tenho tempo nem de conhecer pessoas e namorar. Bem essa vibe workaholic. Acho que quando você tá num emprego que não é o seu propósito, que você tem certeza que você não nasceu pra aquilo, te faz enxergar realmente aonde você deveria estar. O que você se sente realizado fazendo e perceber quem é você fora dos compromissos profissionais.

Essa fase tem sido bem difícil e desafiadora, mas ao mesmo tempo boa para eu ir um pouquinho mais fundo em quem eu sou. A gente não é só o que a gente faz. Por mais que isso seja clichê, tem muita verdade aí inserida. É um processo profundo de autoconhecimento, mas necessário.

Quando você decide morar fora (decide estudar e ficar no país por um tempo que ainda não sei), se você não sai do Brasil contratado por uma empresa, transferido, para você recomeçar em outro lugar, você vai ter que ter um emprego. Este é um lugar pra você se redescobrir, achar novas habilidades. Falo de um lugar de quem está recomeçando em outro lugar.  

3) Como profissional da comunicação, estamos sempre antenadas e conectadas. Como você lida com isso no seu dia a dia? Essa demanda insana por estar atualizada?

É um desafio estar sempre antenada e ligada ao que está acontecendo. Se você atua como jornalista freelancer, então, você tem que estar muito bem atualizado, porque você tem que vender pauta e vender muito bem.

É um desafio diário. Eu não consigo. É uma utopia que vem muito dessa comparação das redes sociais de que tá todo mundo muito produtivo o tempo todo e postando sucesso. Ninguém consegue fazer tudo e 100% de tudo.

Ainda mais quando você imigra, você tá descobrindo muitas coisas ao mesmo tempo. Morar fora e ter uma vida adulta requer muito da gente. Eu tento lidar, fazer o que consigo fazer. Ler noticias que consigo ler e ler conteúdos qe consigo ler.

Tento equilibrar: não me isolar de tudo, mas também não me sobrecarregar com muitas informações. No final, é esse equilíbrio que temos que ter.

4) Como você enxerga essa nossa cobrança adulta por sermos os melhores, querermos abraçar o mundo e estar sempre produzindo? Como você lida com isso também?

A pergunta 4 conversa muito com o que eu respondi na pergunta 3. Eu lido com a ansiedade constantemente. Então, essa questão de estar sempre produzindo, abraçar o mundo, eu me identifico 100%.

Eu tenho essa questão de ser produtiva o tempo todo. Por mais que eu ame não fazer nada. Tem sempre uma vozinha na cabeça.

Inclusive, nesse momento estou tomando meus 40 minutos de sol matinal e estou respondendo a entrevista. Não consigo tomar um sol sem fazer nada. Não consigo ficar parada e fazer só uma coisa. Tô sempre assistindo TV e mexendo no celular, por exemplo.

Temos que equilibrar e filtrar o que consumimos. Não falo que cheguei no nível de conseguir isso, mas tento seguir por aí.

É aquele clichê: quem você está seguindo tá mais te inspirando ou fazendo você se comparar? Ninguém da conta de tudo e é impossível produzir 100% do tempo.

Eu falo de um lado muito novo da vida, não sou casada, não tenho filho ainda, mas se eu não encontrar um equilibro, só vai virar uma bola de neve quando outra fase da vida chegar.

5) Como lida com os dias difíceis? Porque no fundo a gente não consegue se desassociar quem somos e quem vai pro trabalho, ne?

Essa questão de desassociar quem a gente é e quem a gente leva pro trabalho, é difícil mesmo. Eu tento, por mais clichê que soe, viver um dia de cada vez. Um hábito que tenho é parar e esperar um pouco. Faço uma oração e entrego para Deus. é muito um exercício mental de focar para terminar algo.

Ao mesmo tempo, eu acho que temos que nos permitir sentir porque vivemos muito a máxima “você é adulta, não pode chorar, tem que aguentar a barra”. Acho isso muito errado, temos que permitir sentir.

Por mais coach que isso soe, o fato de você querer chorar e extravasar suas emoções é extremamente saudável e necessário, até pra você saber o que tá sentindo. Não tem um dia na gringa, um dia em Londres, que eu não choro.

Um choro por dia. Considero saudável. Falando de uma perspectiva, claro. Lidar com dias difíceis é sentir. Chorar. Extravasar e bola para frente. Permitir que nossas emoções saiam.

6) Por fim, como você descansa a cabeça?

Queria saber a receita perfeita de alguém que consegue descansar a cabeça 100%. Eu consigo parcialmente, mas eu acho que eu tenho descoberto formas de descansar. É engraçado que quando a gente muda de cidade/pais, a gente vai descobrindo muita coisa que não sabíamos.

Uma das coisas é que Londres é uma cidade muito grande, com barulho o tempo todo. Tem uma correria e poluição visual e auditiva que eu não estava acostumada. Eu cresci em Brasília numa casa, com quintal, com piscina, condomínio fechado, acordado com os passarinhos. Tal qual uma garota super privilegiada. Aí você é jogada na selva da cidade grande e tem que aprender a viver com aquilo e eu fui percebendo que a cidade me consome muito.

Eu tinha uma rotina maravilhosa em Brasília, mas é porque eu vivia num campo. Minha mãe até disse isso: "você cresceu no campo e não na cidade. Você cresceu na tranquilidade."

Essa mudança para cidade grande mexeu muito comigo. Para descansar minha mente, preciso saber o que cansa minha mente.

A cidade cansa demais. Me cansa muito. Fico muito cansada mentalmente, mais do que fisicamente. Descobri que ir pra praia, campo, que não tenha essa poluição sonora e visual, me ajudam demais. Sempre que posso, fujo para uma cidade menorzinha, perto de Londres. Brasília e Brasil são também meus oásis.

Para esvaziar a mente, eu gosto de me recarregar com pessoas ou sozinha. Estar com amigos próximos, jogar conversa fora. Também gosto de ver desenho animado e ver reality show - aquele tipo de programa que você não precisa pensar em nada.

Geradores de assunto no elevador 🧊

  • Como me sinto abrindo as embalagens dos brinquedos da minha filha ou quando chega encomenda > esse vídeo está hilário.

  • Uma excelente reflexão para gente dar mais valor aos nossos pais.

  • Álbum delícia para escutar em dias caóticos, dias para elevar a energia, para inspirar as manhãs.

Para refletir 🧠

  • Não há fim para o querer. Queremos sempre mais que antes, já dizia o Capital Inicial. Mas isso não precisa ser algo ruim.

  • Lembre-se: todo dia 1 do mês é dia de soprar canela em casa para atrair prosperidade.

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