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October 25, 2023

Gratiluz sim.

Olá você,

Chegou mais uma edição da Não é Spam.


Atrasadíssima, mas feliz. Estou numa semana correria nível mil, como vocês podem perceber pelo atraso na newsletter.

Mas semana de coração quentinho. Sabe como é? É aquela sensação de preenchimento. Amigos maravilhosos, trabalho fluindo, vida andando. E hoje queria falar da gratidão que sinto toda vez que faço uma news ou fecho um conteúdo pro @clubebadass.

É uma oportunidade de me conectar aqui com pessoas incríveis e também de escrever sobre coisas que me preenchem. Que sentimento gostoso!

É super caótico e cansativo ter projetos paralelos com tanta coisa acontecendo na vida adulta, mas vale demais. Como fico feliz <3

Nunca mais vai te faltar assunto no elevador...

Toda semana falo aqui de assuntos variados como trabalho, produtividade, descanso, feminilidade, liderança. Tem também a entrevista ping-pong.

Essa news é um complemento (talvez um espaço mais extenso) do meu instagram @clubebadass.

Ping-pong ☕

A entrevista de hoje é com a Carol Rosignoli do @desapegueibonito.

Carol é uma mulher que acompanho e admiro há anos. Não só pela sua história de sucesso no empreendedorismo feminino, mas também por ser tão fiel ao que acredita. E mais do que isso, a Carol tá crescendo tanto defendendo suas pautas. É lindo de ver!

Falei para ela pós entrevista: ela me emocionou com a leveza com que conduz a vida atualmente. Que respiro foi esse papo!

1) Conta um pouquinho antes como é sua profissão, o que te fez escolher ela e como você chegou onde está hoje. Basicamente sua trajetória.

Eu sou uma mulher, mãe, empreendedora, super entusiasta da economia circular sustentável colaborativa e feminina. E eu me tornei uma empreendedora depois de me tornar mãe, então, eu sempre digo que o meu negócio é também um negócio materno porque ele surgiu a partir daí e foi assim que há 8 anos eu me apropriei dessa profissão empreendedora empresária com a criação do Desapeguei Bonito, um brechó e espaço corporativo aqui de Brasília. Somos também o primeiro brechó certificado com o selo lixo zero do país.

A minha profissão empreendedora aconteceu muito por oportunidade e por necessidade. Foi uma combinação dessas 2 coisas: quando me vi grávida da Maitê, desempregada, eu entendi que faria sentido vender roupas que estavam paradas no meu armário e nesse primeiro momento eu não tinha uma grande intenção que se virasse um negócio e que virasse minha principal ocupação, minha renda e a minha profissão, mas ela aconteceu. Quando eu entendi, na verdade, o negócio já estava em movimento e estava crescendo e era uma possibilidade para mim. Foi assim que eu cheguei até aqui e hoje eu acho que o negócio ele se mistura com quem eu sou. O meu negócio é muito pautado no que eu acredito socialmente e ambientalmente na minha relação com as pessoas e por isso eu sinto muito prazer em fazer o que eu faço. Eu acho que realmente se de fato existe essa máxima da gente trabalhar por um propósito ou para alcançar algo nesse sentido, eu acho que eu tô nesse lugar e eu me sinto muito feliz por isso.

2) Um dos principais debates sobre trabalho é: dizem que a gente pode escolher um trabalho (que tem um propósito) ou um emprego (para pagar as contas). Como você enxerga o seu lugar profissional no meio disso?

Eu acho que esse é um debate delicado e que tem vários recortes. Têm pessoas que sim de fato podem escolher de alguma forma o que elas querem fazer da vida e têm pessoas que não tem é esse privilégio de escolher com que elas querem trabalhar. Eu consigo entender que eu consigo estar no meio dessas duas coisas e que vão significando o meu propósito. A mensagem que eu quero passar pro meu trabalho é a de que a cada ano, a cada mudança e com cada transformação que eu como pessoa passo, eu vou ressignificando essa mensagem. Porém isso não significa que por muitas vezes ao longo desses anos eu não tenha tido vontade de abrir mão de todo esse propósito para dedicar o meu tempo a algo que iria me remunerar melhor e é importante falar sobre isso né? Porque às vezes a gente vê pessoas e projetos e negócios e a gente realmente romantiza aquilo. Hoje com mais tranquilidade, eu entendo as coisas e estou ajustando o meu estilo de vida.

3) Você ama o que você faz? Como lida com dias ruins?

Eu amo o que eu faço e eu quero dizer isso com letras maiúsculas. É um presente que eu recebi do universo de poder trabalhar com isso e entender que seria um caminho possível para mim e acreditar nisso todos os dias. Eu amo muito o que eu faço, mas isso não significa que eu não tenha dias muito difíceis no meu trabalho, principalmente dias de dúvidas, de instabilidade e principalmente de muita resiliência. Acho que isso responde um pouco o nosso caminho e o meu caminho no DB, tanto como empresa e como profissional. Como empreendedora, tive um caminho com muitas surpresas e conquistas muito bonitas. Então toda vez que eu passo por dias muito difíceis de falar: “cara que a gente vai fazer agora, o que que vai ser do nosso fim de mês, o que que vai ser de um projeto que não tá dando certo, que não está vingando”, aí eu tento lembrar que na verdade são fases que a gente passa. É uma grande montanha-russa mesmo, com dias muito bons e dias muito ruins. E quando eu passo por dias muito ruins eu lembro que eles não vão durar para sempre.

4) Como você enxerga essa nossa cobrança adulta por sermos os melhores, querermos abraçar o mundo e estar sempre produzindo? Como você lida com isso também?

Essa pergunta é muito boa porque ela na verdade está em transformação nesse exato momento da minha vida. Minha criação e referências são de pessoas que gostam muito de trabalhar. E na minha pirâmide das coisas o trabalho sempre está num lugar muito alto e isso nunca me incomodou, nunca foi problema. Eu tenho amigos que entendem que trabalham como meio de sobrevivência, mas para mim o trabalho é uma das coisas mais importantes da minha vida - sempre foi. Este é o primeiro momento que eu desconstruí isso. Comecei a entender que na verdade existem várias outras coisas que precisam de atenção. Hoje eu estou em um momento de vida, depois de 10 anos empreendendo e me cobrando muito, em que entendi que na verdade eu não sei se eu quero colocar o trabalho num lugar tão alto na minha vida a ponto de perder coisas importantes. Então, hoje eu acho que eu estou sendo um pouco mais carinhosa com a vida que existe fora a vida profissional. Eu estou entendendo o tempo com calma, eu estou entendendo as pausas em casa, eu estou entendendo o meu momento de estar com minha filha, eu estou entendendo o momento passar por uma outra gestação e eu estou sendo mais carinhosa com a vida.

Acho que no geral é ainda uma cobrança muito cruel porque no fim, por mais que você goste do seu trabalho, isso pode te gerar sentimentos que a gente não consegue lidar. De muita comparação, muita frustração, muita ansiedade, sensação de que a gente quando está descansando tá fazendo alguma coisa errada. Exige também uma dedicação nossa pra gente sair desse pensamento, que é um sistema né?

5) Como você descansa a cabeça?

Hoje em dia eu entendi que para conseguir desligar e descansar minha cabeça eu preciso realmente me afastar do trabalho por um tempo x. Isso só é possível, lógico, porque eu entendi que a gente de fato não faz nada sozinho, que a gente não abraça o mundo, que a gente não resolve todos os problemas e que não tem nada tão urgente que não possa ser resolvido amanhã ou depois de 1 dia e que outras pessoas que estão do nosso lado podem ajudar. Tenho pessoas que trabalham comigo que são incríveis, são geniais, que resolvem problemas lindamente e que eu posso confiar para me ajudar em momentos em que eu não tô bem.

Para desligar eu gosto de sair um pouco do telefone porque telefone gera uma ansiedade. Não sou dessas que fica olhando a notificação toda hora pra ver o que eu tenho que fazer. Entrego mesmo e vou ler um livro, fico muito com a família, vou encontrar amigos.

6) Como você mantém projetos paralelos?

Eu tenho alguns projetos, vontades e movimentos que eu faço que são muito vinculados ao meu negócio, mas na verdade são coisas da Carol e não do DB. São coisas que tenho muita vontade de colocar mais energia e mais força. Alguns projetos eu quero tocar como pessoa física. Isso ainda é muito confuso porque quando você tem um negócio, e um negócio que é vivo, orgânico e que acontece diariamente, nem sempre você tem o tempo e as condições de se dedicar com tanta intensidade a um projeto pessoal. Então para mim é sempre uma negociação e planejamento de quando eu vou conseguir focar nesse projeto em específico, quanto vou precisar gastar com a negociação de tempo que eu vou fazer na empresa. Eu sinto prazer em tocar esses projetos pessoais apesar de talvez precisar me organizar para que isso aconteça. Nem sempre é fácil, mas eu entendi que é uma necessidade minha pessoal de tocar.

7) Como é ser mãe e empreendedora?

Essa resposta mudou muito nos últimos tempos pra cá. Quando comecei a empreender, a minha filha era menorzinha, ela tinha mais necessidade e na verdade o negócio nasceu com ela. Então eu sentia que eu tinha muitas limitações, tinha menos tempo, tinha menos cabeça, menos energia e eu sinto que as respostas que eu dava para essa pergunta eram respostas no geral muito negativas, de uma pessoa cansada. Hoje na verdade eu entendi que grande parte do tempo que eu pude ter com minha filha veio por conta do meu negócio, da minha escolha de empreender. Então hoje eu tô num momento muito bom de ser grata à essa escolha que eu fiz de ser mãe empreendedora.

Algumas semanas atrás, minha filha teve uma feira de profissões na escola dela e ela falou: "mamãe, eu escolhi a sua profissão porque eu acho que ela é importante". Eu fiquei super emocionada. Ela vinculou também a a todas as pautas que o meu negócio carrega. Então, hoje eu eu lido como uma forma de de dar bons exemplos para minha filha, é de dar bons exemplos e envolvê-la na construção e nas realizações do negócio.

Para mim, hoje ser mãe é uma super oportunidade de fazer minha filha entender porque que o meu trabalho é tão importante para mim.

Geradores de assunto no elevador 🧊

  • Escutem A Coach, do Chico Fellitti.

Para refletir 🧠

  • Como você quer viver o resto da sua semana?

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