bagunça é movimento
Olá você,
Chegou mais uma edição da Não é Spam. 📧
Eu adoro estar organizada mentalmente. Aquela paz das entregas feitas; do checklist do dia completo e uma sensação boa de horas para viver sem tantas amarras.
Mas então quer dizer que não existe vida bagunçada por aqui?
Que nada.
Não há como fugir. Há bagunça dentro de nós. Eu gosto daquela bagunça cheia de vida, que ao mesmo tempo traz felicidade, movimento, alegria, nos preenchendo de barulho, confete e uma espécie de felicidade líquida que se espalha pelo corpo e deixa o coração aquecido.
Ou seja, sou contradição antes de ser organização.
Mas te digo com toda certeza algo que aprendi já na vida adulta: para arrumar, a gente precisa bagunçar primeiro. Os sentimentos, a cabeça, os pensamentos, os processos.
Um não anda sem o outro. Numa espécie de simbiose.
Nem todo mundo gosta de pensar nas bagunças da vida. Tem gente que se engana numa falsa linearidade. Faz tempo cansei de sustentar uma narrativa instagramável. A vida é cheia de bagunça (tipo o armário da Mônica Geller, lembra? Só os fãs de Friends online) e é sobre isso.
Estamos o tempo todo montando e desmontando. O tempo todo bagunçando e arrumando. Aprendendo e desaprendo. Esses processos fazem parte da necessidade humana de clareza. A gente busca o caos pra depois se reencontrar.
Acredite: pensar assim alivia demais a carga da vida adulta perfeita.
Nunca mais vai te faltar assunto no elevador...
Toda semana falo aqui de assuntos variados como trabalho, produtividade, descanso, feminilidade, lidernça. Tem também a entrevista ping-pong.
Essa news é um complemento (talvez um espaço mais extenso) do meu instagram @clubebadass.
Ping-pong ☕
Eduarda Araújo (@lazu.cs)
Resumidamente... Duda é CEO de uma agência de conteúdo e estratégia para marcas dos segmentos de alimentos e bebidas. Ela é empreendedora, portanto tá sempre no corre, mas quando você acompanha o conteúdo dela sente de longe o gostinho de realização.
>> Agora eu te digo: estava nervosa da Duda não aceitar o convite porque eu sou muito fã dela. E não só porque quero um dia ter dinheiro para contratar a empresa dela (mesmo não trabalhando com setor A&B), mas porque ela acorda cedo, é corredora bruta, medita, é mãe de pet (cachorro e uma gatinha recente) e cara, mesmo quando ela tá puta nos stories, ela me transmite algo bom. Duda é para mim representa aquela pessoa bem normal, que poderia ser uma amiga, mas ao mesmo tempo é absolutamente extraordinária. Eu disse que ela é CEO da agência dela?
Olha essa história:
1) Vamos por partes. Conta um pouquinho como é sua profissão, o que te fez escolher ela e como você chegou onde está hoje. Basicamente sua trajetória.
Ainda hoje estou cursando publicidade e propaganda na UnB! A escolha da carreira não foi muito diferente de quase todo adolescente que tinha que escolher o que ia querer pra vida não entendendo absolutamente nada sobre ela rs.
Eu queria fazer jornalismo - para trabalhar como âncora na TV haha - mas uma amiga me disse que eu seria muito quadrada no jornalismo, escolher publicidade me daria mais liberdade para comunicar. Me convenci e fui pra lá. E faz parte da minha personalidade sempre buscar um propósito naquilo que me proponho a fazer, então logo romantizei minha entrada no curso para "vou entrar para entender como faço para passar informações para o mundo e usar essa ferramenta tão poderosa para espalhar boas ideias", e talvez até hoje eu viva essa idealização.
Meu primeiro trabalho na área de produção de conteúdo foi ainda nos primeiros 2 meses de faculdade. Eu postava artes que estava aprendendo a fazer no curso de design (fora da faculdade) no instagram e chamei a atenção de um antigo professor de academia, que estava abrindo o próprio studio de exercício e me chamou para ser Social Media. Não preciso nem dizer que eu não sabia NADA ainda a respeito do assunto, né? haha mas fui na reunião. Ele me passou o escopo do projeto, eu simulei um valor - na época, maior que meu salário de professora de ingles da Wizard - e ele aceitou de cara. Assim larguei meu 1 ano de CLT em 2018 e de freela em freela, resolvi abrir a Lazu 3 anos depois, em 2021. A Lazu é uma agência de comunicação, hoje, focada em atender apenas o nicho de alimentos e bebidas.
2) Um dos principais debates sobre trabalho é: dizem que a gente pode escolher um trabalho (que tem um propósito) ou um emprego (para pagar as contas). Como você enxerga o seu lugar profissional no meio disso?
Respondi um pouco sem saber que essa pergunta viria! haha
Acredito hoje que não tem nada mais importante do que pagar os boletos fundamentais: bom aluguel, luz, internet, plano de saúde, seguros, o melhor pros filhos (quando eu tiver) e etc. Com isso resolvido, começo a pensar em fazer algo que ame e aqueça o coração. Apesar disso que falei, hoje sou feliz em 80% das coisas que faço no trabalho (porque ninguém merece resolver B.O. de cliente, nem fazer financeiro rs), mas me pergunto todos os dias quem veio antes: o ovo ou a galinha, minha vontade de ver prazer em algo que TENHO QUE fazer todos os dias e "escolher" ver propósito nisso, ou se o que faço realmente é cheio de significado por natureza. Não sei a resposta, mas o primeiro caminho me faz mais sentido.
3) Você é feliz hoje com o que voce trabalha? Qual ponto alto e o ponto baixo?
Sim, e diria que mais "realizada" do que feliz, porque ultimamente tenho tido mais dias desafiadores do que leves.
As realizações e conquistas são o ponto alto, ver que apesar da ralação, em passinhos de formiga estamos evoluindo. E também poder ver nossas colaboradoras crescendo, poder criar um espaço de trabalho justo, fértil e agradável pra todo mundo que tá com a gente. E a parte ruim? Quando tudo isso que falei anteriormente dá errado rs. Lidar com longos períodos de "baixa" do seu negócio - os meses do vermelho - é um teste pro coração, a gente se questiona da própria capacidade, se tomou as decisões certas, fica cheia de perguntas sem respostas e cresce uma angústia sem fim. Mas não tenho como falar que também não são nesses momentos que eu mais aprendo, sobre o mercado e sobre minha coragem.
4) Como lida com os dias em que você não está tão feliz no trabalho?
Não sei outro a não ser me afundar no sofá ou cama no final do dia, abrir um vinho, dormir e começar de novo.
É clichê, mas todo dia é um novo dia. Tem dias que consigo "largar o osso" do baixo astral, tem dias que não, mas tô sempre tentando hahaha.
5) Sendo empreendedora, te pergunto: como você descansa e como busca inspiração?
Meu maior momento de descanso é minha rotina matinal: levanto cedo pra não ter ninguém acordado pra me importunar com B.O.s, faço meu café, leio um bom livro, faço minha atividade física para liberar a dose imprescindível de endorfina diária. Esse momento é minha renovação de votos diária com a vida.
Viver com presença é uma das melhores formas de ter inspiração: se atentar aos detalhes da cidade, tentar enxergar mais do que está dito/visto na cara, ter olhar crítico pro mundo... bom, e depois da filosofada rsrs ouço MUITO podcast sobre assuntos diversos - fica a dica para o "de carona na carreira" da Thais Roque, sobre empreendedorismo - vejo muito tiktok hahah
6) O que você almeja profissionalmente para a frente?
Ajudar mais e mais pessoas - a frente de uma marca ou não - a encontrarem sentido maior no que fazem (pelo caminho de encontrar um trabalho de realização do seu propósito ou o inverso, descobrir um propósito no sue trabalho) conciliando o melhor dos dois mundos: trocas financeiras justas e entregas de valor pros próximos e pro mundo!
Geradores de assunto no elevador 🧊
News do Clima trouxe uma reflexão impecável essa semana sobre trabalhar demais.
Que eu sou fãaa do Chico Feliti, vocês já sabem, mas esse episódio do podcast Gente, vai fazer você se emocionar (and virar fã do Chico, se você ainda não for).
E como já é rotina aqui, um episódio do Bom Dia, Obvious sobre hábitos. Não, a gente não cria um novo hábito em 21 dias.
Para refletir 🧠
Para estabelecer hábitos, é preciso uma orquestra fisiológica.
Se você pudesse escolher hoje outra profissão, você trocaria?